Trabalhadores do Novo Banco “indignados” com bónus milionários
Com a venda, os administradores da Lone Star, mas também do banco, vão encaixar 1,1 mil milhões de euros. Os trabalhadores também querem “um prémio ou bónus” pelo papel no sucesso da operação.
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O bónus de 1,1 mil milhões de euros que será distribuído pelos administradores da Lone Star, mas também do banco, pela venda do Novo Banco está a causar celeuma dentro da instituição bancária. Os trabalhadores entendem que também devem receber um prémio.
“A Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT) do Novo Banco, não pode deixar de expressar a sua profunda indignação perante a eventual atribuição destes prémios milionários, enquanto os trabalhadores continuam excluídos de qualquer reconhecimento financeiro”, refere, em comunicado.
Em causa está o montante, avançado pelo Público, que será entregue aos administradores do fundo norte-americano, sendo que além destes também os gestores do Novo Banco receberão um prémio pelo sucesso da venda por 6,4 mil milhões de euros da instituição. Para a Lone Star, o encaixe será de 4,8 mil milhões.
“A CNT reconhece o trabalho desenvolvido pela Administração na valorização do Banco e na sua venda ao grupo BPCE por 6,4 mil milhões de euros. No entanto, é fundamental sublinhar que este resultado não se deve, exclusivamente, à atuação dos dirigentes da Lone Star ou da gestão do Novo Banco, mas sim ao esforço contínuo e incansável dos seus trabalhadores ao longo de mais de uma década”, dizem os trabalhadores.
Neste sentido, e salientando que foi “graças ao empenho, profissionalismo, resiliência e dedicação dos trabalhadores que o Novo Banco conseguiu ultrapassar os desafios” que enfrentou, pedem também eles um prémio.
“É de elementar justiça que o Conselho de Administração Executivo e o Conselho Geral de Supervisão reconheçam este contributo decisivo, através da atribuição de um prémio ou bónus aos trabalhadores”, dizem.
Os trabalhadores revelam que em julho fizeram “um pedido formal ao CEO do Novo Banco, reiterado o mesmo em 4 de setembro, junto do Presidente do Conselho Geral de Supervisão”. “Até ao momento, nenhum destes pedidos obteve resposta”, dizem.
Manifestando a intenção de continuarem a insistir neste pedido, os trabalhadores dizem que caso tal não aconteça, “sentir-se-ão defraudados e desvalorizados, compreensivelmente indignados por verem o seu esforço ignorado num momento tão simbólico para a história do banco”.
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