"Os mesmos de sempre a pagar" não compram argumento da Sonae

Movimento da sociedade civil endereçou uma carta à CEO da Sonae, em resposta à que Cláudia Azevedo escreveu aos trabalhadores do Continente.
Cláudia Azevedo
Miguel Baltazar
Diana do Mar 15 de Março de 2023 às 15:59

O movimento "Os mesmos de sempre a pagar" não compra o argumento da CEO da Sonae de que os culpados pela inflação dos produtos alimentares não são os hipermercados/supermercados e escreveu a Cláudia Azevedo (na foto) a dizer isso mesmo.

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Numa carta endereçada aos colaboradores, a líder da Sonae, que detém o Continente, afirmou que o país tem assistido a uma "campanha de desinformação sobre as causas da inflação alimentar, com danos gravosos para a reputação do setor da distribuição alimentar", e que a inflação alimentar que se tem registado (três vezes superior à geral) se trata de "um fenómeno global e com causas bem identificadas e associadas às cadeias de produção".

"Como sabem, baixámos as nossas margens para acomodar o aumento dos custos, que também nós sofremos, e desenvolvemos soluções para ajudar os nossos clientes a mitigar os efeitos do aumento do custo de vida", sublinhou.

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Ora, o movimento cívico, criado há quase um ano, que se autointitula como "um grupo de cidadãos preocupados com o agravamento desregulado dos preços", manifesta "o mais profundo repúdio pelo conteúdo da carta", considerando "não ser verdade que os culpados da inflação dos produtos alimentares não são os hipermercados/supermercados".

Na missiva endereçada a Cláudia Azevedo, entregue esta quarta-feira na sede da Sonae, em Matosinhos, "Os mesmos de sempre a pagar" apontam que os trabalhadores, destinatários da mensagem da CEO, "conhecem os lucros" da empresa e "sentem na pele as dificuldades provocadas pelos preços praticados pelos hipermercados e supermercados, cujo grande número é propriedade da Sonae", agravadas pelos "salários miseravelmente baixos que levam para casa".

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"Como cidadãos preocupados com estes aumentos escandalosos dos preços, principalmente nos bens alimentares e de primeira necessidade, consideramos urgente e necessário o controlo e fixação dos preços dos bens essenciais, para além do aumento geral dos salários, tal como consideramos totalmente desnecessárias e desrespeitosas campanhas de desinformação, venham elas de onde vierem, muito especialmente quando vêm de quem efetivamente especula", remata.

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