Pingo Doce abre loja sem dinheiro físico na Nova SBE
O Pingo Doce inaugurou esta quinta-feira a sua primeira "Lab Store", um projeto piloto de loja em que não se pode pagar com dinheiro físico. Para fazer compras, os clientes têm apenas de utilizar uma aplicação ("app") e ter associado um cartão de crédito.
PUB
O projeto, que demorou ano e meio a concluir, é visto por Isabel Ferreira Pinto, diretora-geral do Pingo Doce, como uma forma de "observar, estudar e aprender sobre novas tendências de consumo e novas formas de comprar".
A responsável salientou que a inovação na nova loja não é apenas tecnológica, mas também no sortido de oferta e na tipologia de loja.
PUB
Para entrar, fazer compras e sair da loja é necessário descarregar a "app" Pingo Doce & Go Nova, desenhada especificamente para este estabelecimento.
Após ter descarregado a aplicação, os clientes podem retirar os produtos das prateleiras e fazer "scanning" dos códigos de barras das suas compras com os telemóveis. No final, com um meio de pagamento associado à sua conta, os clientes podem sair sem terem de passar por qualquer caixa.
Para aqueles que não associem um cartão de crédito à conta há a possibilidade de pagar nas caixas automáticas "self-checkout" com cartão de débito ou crédito. Uma coisa é certa: não se pode pagar em dinheiro.
PUB
Para André Ribeiro Faria, chief marketing and consumer officer (CMCO) da Jerónimo Martins, o novo espaço é "um laboratório onde vamos conhecer o consumidor, em particular o da Geração Z". O gestor, responsável pelo projeto da nova loja, salientou que a empresa "falou com os estudantes para conhecer quais as suas necessidades".
E duas questões emergiram como fulcrais: a rapidez nas compras e a disponibilidade de horário.
Assim, as compras, garante André Ribeiro Faria, podem ser feitas "num minuto, literalmente" e apesar de a loja funcionar das 07:30 às 21:00 existe uma máquina no exterior que está disponível 24 horas por dia e que recorre a inteligência artificial e visão por computador, permitindo fazer a compra automaticamente.
PUB
"A porta do expositor é desbloqueada com a app, retira-se os produtos e quando se fecha a porta, as compras são adicionadas de forma automática à conta do cliente", detalhou.
O responsável destacou que a nova loja foi desenvolvida maioritariamente com tecnologia "made in Portugal", tendo como parceiros as portuguesas Outsystems, Truewind e Reckon.ai, uma startup sediada no Porto, e ainda a polaca Forcom, uma PME polaca que é fornecedora da Biedronka, a cadeia de retalho da Jerónimo Martins na Polónia, e que é especializada em sistemas de pagamento.
Oferta de produtos a pensar nos estudantes estrangeiros
PUB
A loja, que conta com 20 colaboradores, aposta fortemente no "take-away", apresentando alguns produtos que apenas estão disponíveis na "Lab Store". Andreia Arsénio, de 27 anos, é a "mais nova gerente de loja do Pingo Doce", assinalou Isabel Ferreira Pinto.
A responsável da loja explicou ao Negócios que ao nível da oferta específica da loja incluem-se produtos como refeições de sushi, "muffins", "wraps" de alface, saladas e sandes diferentes das existentes nas outras lojas da cadeia de supermercados da Jerónimo Martins. "A oferta foi pensada tendo em conta a existência de um elevado número de estudantes estrangeiros", referiu.
Andreia Arsénio sublinha que a loja irá servir "três mil estudantes aqui do campus e, no total, incluindo a comunidade local são oito mil pessoas".
PUB
Cerca de um quinto dos produtos disponibilizados na "loja-laboratório" não se encontram na restante rede do Pingo Doce. E, adiantou Isabel Ferreira Pinto, "após vermos a aceitação que têm poderemos colocá-los à venda noutras lojas do grupo".
"Temos de ser nós a experimentar, quer as novas tecnologias quer novos produtos e serviços", insiste André Ribeiro Faria. "É com os erros que aprendemos e conseguimos evoluir", reforça.
Após a apresentação à imprensa, a loja abriu portas ao público e foram muitos os estudantes que resolveram estrear o novo espaço. As primeiras impressões foram positivas, tendo em conta alguns dos jovens clientes ouvidos pelo Negócios.
PUB
João, de 19 anos, salientou a possibilidade de "despachar as compras muito rapidamente e mostrou-se satisfeito com a variedade da oferta".
Já Susana, de 20 anos, elogiou a "estética" da loja e garantiu que a oferta do "take-away" lhe despertou a curiosidade. "Vou deixar de ir sempre à cantina", disse.
(notícia atualizada às 20:30 com mais informação)
PUB
Saber mais sobre...
Saber mais pingo doce lab store tecnologia app isabel ferreira pinto andré ribeiro faria campus universidade nova carcavelosMais lidas
O Negócios recomenda