Lucro da Mota-Engil sobe 20% para recorde de 92 milhões até setembro
A Mota-Engil registou um resultado líquido recorde de 92 milhões de euros até setembro, o que representa um aumento de 20% face aos 77 milhões apurados no mesmo período do ano passado, “o melhor desempenho de sempre em nove meses”.
No “trading update” com os principais indicadores do terceiro trimestre, divulgado à CMVM esta terça-feira, o grupo liderado por Carlos Mota dos Santos refere que o volume de negócios recuou 1,4%, em termos homólogos, para 4.090 milhões de euros, “impactado por um ajuste mid-single digit - que se espera que recupere totalmente em 2026 - refletindo os efeitos temporais de adjudicações e início de projetos cruciais em Portugal e no México”.
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Já o EBITDA aumentou 15% para 699 milhões de euros, o que a Mota-Engil diz traduzir “níveis recorde de rentabilidade alcançados nos primeiros nove meses do ano”, com a margem a melhorar de 15% para 17%.
Por geografias, o melhor desempenho foi conseguido em África, onde o grupo registou um crescimento de 57% da faturação para 1.616 milhões de euros, tendo o EBITDA gerado nesta região aumentado 62% para 405 milhões, “impulsionado pela duplicação da atividade no segmento de engenharia industrial", refere o grupo, acrescentando ser atualmente "o maior operador de ‘contract mining’ em todo o continente africano”. "A execução de projetos de grande dimensão materializou-se em retornos elevados, resultando numa margem EBITDA excecional de 25%”, diz ainda.
Na Europa, o volume de negócios registou um decréscimo de 27% para 334 milhões de euros, o que o grupo atribui a “atrasos nos concursos e adjudicações de projetos importantes em Portugal, devido às eleições legislativas, inesperadas”, assim como à venda das operações na Polónia, um mercado que no terceiro trimestre de 2024 tinha contribuído com 123 milhões. O EBITDA nesta região ficou-se pelos 25 milhões, recuando 26% em termos homólogos, também impactado pela venda na Polónia. Retirando esse efeito, afirma, “representaria uma manutenção dos níveis de atividade em Portugal face ao homólogo”, sendo que relativamente ao mercado doméstico refere ser “expectável que a atividade ganhe tração em 2026”.
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Na América Latina, o grupo alcançou um volume de negócios de 1.561 milhões de euros, o que traduz um decréscimo de 29%, “refletindo o ajustamento já antecipado, após mais de dois anos de forte crescimento no volume de negócios suportado pelo projeto do Trém Maya”, explica.
Já na área do ambiente o volume de negócios do grupo cresceu 16% para 469 milhões e o EBITDA subiu 21% para 104 milhões.
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No comunicado, o grupo destaca ainda o aumento da carteira de encomendas para um nível recorde de 15.688 milhões de euros, o que representa mais mil milhões de euros do que em junho, com Angola (19%), México (17%), Portugal (12%) e Nigéria (11%) a representarem os mercados com maior volume de projetos de engenharia e construção. Esta carteira, que garante “três anos de visibilidade ao volume de negócios no segmento de engenharia e construção”, não inclui ainda os projetos adjudicados depois de setembro no Brasil, como a concessão do túnel de Santos-Guarujá (1.255 milhões de euros), os trabalhos na refinaria Duque de Caxias (700 milhões, em que a Mota-Engil detém 33% do consórcio) e a extensão do contrato de almoxarifados submarinos (35 milhões), assim como os do México, de 1.020 milhões de euros em infraestruturas, incluindo o segundo troço da linha Querétaro–Irapuato (820 milhões).
“As adjudicações de projetos relevantes desde julho fortalecem as vantagens competitivas do grupo e validam o sucesso da estratégia comercial, oferecendo perspetivas positivas de mais oportunidades de grande dimensão nos próximos meses”, afirma a Mota-Engil.
Como refere ainda, o rácio da dívida líquida/EBITDA ficou, até setembro, abaixo de 2 vezes, “em linha com o objetivo estratégico estabelecido até 2026”.
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