Plano para salvar participada espanhola da Mota-Engil aprovado por acionistas

O plano de reestruturação da Duro Felguera prevê que o grupo português deixe de ser acionista.
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Pedro Curvelo e Maria João Babo 14:07

Os acionistas da Duro Felguera, onde a Mota-Engil detém uma participação de cerca de 12%, aprovaram esta sexta-feira o plano de reestruturação da empresa, indica a construtora espanhola em comunicado no seu site.

O plano de reestruturação, que pressupõe um perdão da dívida à banca e a alienação de ativos, implica que a Mota-Engil deixe de ser acionista da Duro Felguera, cabendo aos mexicanos da Prodi, parceiros do grupo português na Mota-Engil México, injetem 10 milhões de euros, tornando-se maioritários.

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O plano para salvar a empresa espanhola inclui uma redução de capital por extinção das ações do grupo Prodi e da Mota-Engil por forma a "limpar" os resultados transitados negativos. Posteriormente, será realizado um aumento de capital de 10 milhões de euros, que corresponde a uma injeção por parte do grupo mexicano Prodi, que assim reforçará o controlo na empresa (atualmente os mexicanos detêm 30,77% diretamente e mais 11,7% por via da Mota-Engil México), passando a ficar com uma posição de 80,4% na "nova" Duro Felguera..

O principal credor da Duro Felguera é a SEPI, "holding" que gere as participações do Estado espanhol, a quem a empresa terá de pagar 120 milhões de euros concedidos no âmbito de uma linha de apoio aquando da pandemia da covid-19. A empresa e a SEPI chegaram a acordo para reescalonar a dívida, que apenas terá de ser paga em três "tranches", a primeira das quais, no valor de 20 milhões de euros, em 2029, a que se segue uma de 30 milhões em 2032 e outra, de 70 milhões, em 2035.

O plano de reestruturação implica o perdão por completo da dívida de 25 milhões de euros que a Duro Felguera tem junto de um sindicato bancário liderado pelo Santander e Sabadell (25 milhões) e de uma sociedade das Astúrias com capital maioritariamente público (seis milhões).

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O centenário grupo espanhol terá também de alienar vários ativos, incluindo a venda da sede, para a qual já recebeu uma oferta de 13,6 milhões de euros. A "nova" Duro Felguera irá concentrar-se em duas atividades: contratos de EPC ("engineering, procurement and construction") nas áreas do "mining" e armazenamento de energia e nos serviços o foco será na montagem de turbogeradores e equipamento para centrais de produção elétrica. 

O plano tem de ser ainda aprovado pelo tribunal.

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