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AHRESP: Mais de metade da restauração tem 3 meses de rendas em atraso

Quase metade (45%) dos espaços de restauração arrendados não pagaram a renda em novembro e 65% tem três, ou mais, meses de rendas em atraso, revela um inquérito da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

restauracao esplanada restaurante covid fechados encerramento restriçoes take away entrega comida em casa
restauracao esplanada restaurante covid fechados encerramento restriçoes take away entrega comida em casa Luís Vieira
10 de Dezembro de 2020 às 10:50

"Cerca de 78% das empresas explora os seus negócios em espaços arrendados. 62% das empresas já tentaram reduzir o valor da renda mensal. No entanto, 65% dos senhorios não aceitou qualquer redução", afirma a AHRESP, em comunicado hoje divulgado, baseando-se nas respostas ao último inquérito mensal aos associados, do final de novembro.

As rendas comerciais pesam, em regra, 20% dos custos de funcionamento, segundo a associação, e perante esta situação, 45% dos arrendatários estão em incumprimento, e 65% já tem meses de rendas em atraso, dados que a AHRESP diz confirmarem a situação de "profunda dificuldade" em que as atividades a restauração e do alojamento se encontram, após oito meses de pandemia covid-19.

O inquérito revela também, quanto à restauração e bebidas, que 40% das empresas pondera avançar para insolvência, por as receitas não suportarem os encargos do funcionamento da atividade, uma vez que 56% das empresas registaram perdas acima dos 60% na faturação de novembro.

"Como consequência da forte redução de faturação, cerca de 16% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em novembro e 15% só o fez parcialmente", precisa a AHRESP, adiantando que 46% das empresas já efetuaram despedimentos desde março, o início da pandemia, e, destas, 30% reduziu entre 25% e 50% o pessoal.

"17% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo", diz a associação, adiantando que cerca de 17% dessas empresas estima não conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.

No que respeita ao programa Apoiar, à data do inquérito, 46% das empresas informaram não ter apresentado candidatura, e mais de 48% das empresas admite que, caso não obtenham incentivos a fundo perdido, nos próximos dois meses ficarão sem "tesouraria suficiente para manter" os negócios.

A AHRESP inquiriu também o setor do alojamento turístico, onde 39% das empresas informou não ter registado em novembro "qualquer ocupação" e 32% indicou uma ocupação máxima de 10%.

Para o corrente mês de dezembro, a estimativa dos empresários do alojamento indicou que cerca de 45% das empresas do setor estima uma taxa de ocupação zero, e mais de 32% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%.

"Para os meses de janeiro e fevereiro a estimativa de ocupação zero agrava-se, sendo referida por mais de 56% das empresas", adianta a AHRESP, avançando que mais de 18% das empresas pondera avançar para insolvência por não conseguirem suportar os encargos da atividade.

O inquérito revela ainda 39% das empresas a registar perdas acima dos 90% na faturação de novembro e que 25% não pagou amento de salários em novembro, tendo 9% feito um aumento parcial.

Ao nível do emprego, 28% das empresas responderam ter já despedido trabalhadores desde o início da pandemia e reduzido pessoal: 33% entre 25% e 50% e 27% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho.

A AHRESP diz ainda que mais de 14% das empresas assume não conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano e que, no que respeita ao programa Apoiar, à data do inquérito, 65% das empresas respondeu não ter apresentado candidatura.

"Com a evidência da forte debilidade deste tecido empresarial, são urgentes as medidas de reforço de liquidez das empresas, de maior proteção do emprego e de alívio no pagamento das rendas comerciais", apela a AHRESP, afirmando aguardar "com natural expectativa" medidas do Ministério da Economia no curto prazo.

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