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Certificados ajudam contas dos CTT mas não evitam queda de 25,9% do lucro

Sofrendo na comparação com um período homólogo que tinha sido beneficiado pelas eleições de março de 2024, os lucros derraparam. As receitas cresceram até 288,5 milhões de euros e os serviços financeiros mais do que duplicaram.

João Bento
João Bento Duarte Roriz
08 de Maio de 2025 às 17:32

Os CTT registaram um lucro líquido de 5,5 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, uma quebra de 25,9% em relação ao período homólogo. O resultado foi pressionado pelo efeito base das eleições que aconteceram a 10 de março de 2024, que deram algum fôlego às contas dos correios nacionais há um ano, e que este ano acontecem no segundo trimestre

"No primeiro trimestre de 2025, os CTT obtiveram um resultado líquido consolidado atribuível a detentores de capital do grupo CTT de 5,5 milhões de euros, um valor que fica 1,9 milhões de euros abaixo do resultado do primeiro trimestre de 2024", indica a empresa liderada por João Bento em comunicado emitido à CMVM. 

A empresa afirma que os custos e perdas financeiras ascenderam a 4,2 milhões de euros devido aos "custos relacionados com os benefícios pós-emprego e de longo prazo para os trabalhadores no valor de 1,5 milhões de euros", "despesas com juros de 1,5 milhões associadas a passivos de locações financeiras relativas à implementação de regras do IFRS" e ainda "juros de empréstimos bancários no montante de um milhão de euros". 

Em sentido contrário, as receitas dos CTT cresceram 9,5% para 288,5 milhões de euros. Este valor significa um crescimento de 25,1 milhões em relação ao trimestre homólogo, impulsionado principalmente pelo crescimento dos serviços financeiros. 

O relatório enviado ao mercado indica que o EBIT recorrente se situou em 20,2 milhões de euros, apontando um aumento de 19,5%, e com uma margem positiva de 7%. O resultado foi "influenciado pelo bom desempenho do Expresso e Encomendas (+24,5%) e os Serviços Financeiros (+125,9%)".

125,9Certificados
O EBIT dos Serviços Financeiros, onde se inserem os certificados de aforro e de Tesouro, apresentou um crescimento homólogo de 125,9%. Também as receitas mais do que duplicaram até aos 12,5 milhões de euros.

Corrida aos certificados puxa pelas receitas

As receitas dos serviços financeiros subiram até aos 12,5 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, mais do que duplicando (+122,9%) face aos 5,6 milhões do mesmo período de 2024.

"Este crescimento deve-se principalmente devido ao bom desempenho dos certificados de dívida pública", indica a empresa, lembrando que 2024 "ficou marcado por uma revisão dos limites máximos de colocação por subscritor".

Só os certificados de aforro e do tesouro "registaram receitas de 8,5 milhões de euros" no primeiro trimestre, representando um aumento anual de 308,2% ou 6,4 milhões de euros. "No primeiro trimestre, as subscrições destes certificados totalizaram 1.692,8 milhões de euros, o que compara com os 294,8 milhões no primeiro trimestre de 2024", significando um acréscimo homólogo de 474,2%.

O canal digital dos CTT para compra de certificados já representa 7% do volume de operações de assinaturas e 2,5% do valor total, superando os 42 milhões de euros.CTT

Relatório financeiro

"Num contexto de queda acentuada das taxas de depósitos a prazo, os certificados de aforro lideram em termos das melhores taxas de juro entre todos os investimentos de capital garantido", sustenta a empresa comandada por João Bento.

Os CTT evidenciam ainda a extensão da compra ao canal digital, classificando-a como um "movimento bem sucedido, que tem atraído este tipo de poupança". "Este canal já representa 7% do volume de operações de assinaturas e 2,5% do valor total de assinaturas, correspondendo a um montante superior a 42 milhões de euros". 

Expresso e Encomendas continuam a crescer

O segmento de Expresso e Encomendas totalizaram 124,7 milhões de euros em receitas entre janeiro e março de 2025, significando um aumento de 23,3 milhões de euros ou 23%. 

Os CTT alcancaram este montante "impulsionado pelo crescimento do tráfego de 34,7 milhões de encomendas", que significa um acréscimo homólogo de 15%.

560Encomendas
Os CTT processaram cerca de 550 mil encomendas em cada dia útil do primeiro trimestre. Os correios indicam que o forte desempenho foi impulsionado pelos crescentes hábitos de e-commerce e modernização da rede de distribuição.

"Em média, foram processados perto de 560 mil objetos por dia útil. Este desempenho robusto é impulsado pela adoção contínua dos hábitos de comércio eletrónico, pela crescente adesão a soluções de entregas rápidas e pela expansão e modernização da rede de distribuição".

A união dos negócios na Península Ibérica "têm sido o fator-chave para maximizar a eficiência e consolidar a posição dos CTT no mercado ibérico". 

Banco com contributo positivo

O Banco CTT contribuiu de forma positiva para o resultado, tendo alcançado um rendimento operacional de 33,6 milhões de euros, mais 7,7% do que no período homólogo.

A margem financeira da instituição detida pelos Correios resistiu à redução dos juros do Banco Central Europeu, tendo crescido 4,6% para 25,2 milhões de euros. As comissões dispararam 18% para 7,8 milhões. 

No final de março o banco tinha 688 mil contas à ordem, mais seis mil do que no final de 2024.

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