A venda da participação de 19% na Águas de Portugal (AdP) à Parpública permitiu à Caixa Geral de Depósitos (CGD) encaixar mais-valias de 188 milhões de euros, assim como melhorar o rácio de solvabilidade. 

Em comunicado, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco público informa que na sequência da obtenção de visto prévio por parte do Tribunal de Contas, ficaram concluídos os procedimentos de venda à Parpública de 16.511.000 ações, representativas de 19% do capital social e dos respetivos direitos de voto na AdP.

"As ações em apreço foram transacionadas pelo preço de 375,5 milhões de euros, tendo este valor sido determinado pelo resultado da média aritmética de duas avaliações realizadas por entidades independentes, cada uma selecionada pelos outorgantes da transação (Caixa e Parpública)", explica o banco público. Isto significa qe o banco estatal vendeu a participação por mais do dobro do valor que foi contabilizado em balanço no final de 2008 (178,9 milhões de euros).

Além de ter gerado "mais-valias na ordem dos 188 milhões de euros", esta transação "teve um impacto positivo de 28 pontos base no rácio de solvabilidade" da CGD, "resultante da conjugação da mais-valia gerada e da diminuição dos ativos ponderados pelo risco".

A CGD explica ainda que esta participação na AdP integrava as contas consolidadas da Caixa desde dezembro de 2008, tendo "a sua alienação permitido concluir o desinvestimento de um ativo classificado como não 'core', pelo facto de o Grupo AdP desenvolver uma atividade não relacionada com o negócio bancário e financeiro".

Fundado em 1993, o grupo AdP é constituído por 19 empresas, sendo 13 das quais entidades gestoras de sistemas de abastecimento de água e de tratamento de águas residuais.

O Estado controla a totalidade do capital através da Parpública, que detinha uma participação de 81% e que, agora, com a compra da parte da Caixa Geral de Depósitos, que estava a ser negociada há pelo menos um ano, passou a ser titular dos restantes 19%.