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Um dos cinco europeus proibidos de entrar nos EUA contra-ataca na Justiça

A queixa do cidadão britânico Imran Ahmed indica que este enfrenta a "perspetiva iminente de detenção inconstitucional, detenção punitiva e deportação".

Administração Trump diz que ações dos cinco europeus lesam os interesses norte-americanos.
Administração Trump diz que ações dos cinco europeus lesam os interesses norte-americanos. Alex Brandon / Associated Press
25 de Dezembro de 2025 às 22:43

Um dos cinco cidadãos europeus que defendem uma regulamentação mais rigorosa das tecnologias de informação e que estão proibidos de entrar nos Estados Unidos interpôs uma ação judicial contra o Governo Trump, afastando temporariamente o risco de deportação do país onde reside.

A queixa do cidadão britânico Imran Ahmed, apresentada na quarta-feira num tribunal de Nova Iorque, indica que este enfrenta a "perspetiva iminente de detenção inconstitucional, detenção punitiva e deportação", que um juiz hoje bloqueou temporariamente. Está marcada para segunda-feira uma audiência preliminar, segundo uma decisão judicial.

"O Governo federal [norte-americano] deixou claro que o senhor Ahmed é alvo de 'sanções' devido ao trabalho da organização não-governamental (ONG) que fundou e dirige, o Center for Countering Digital Hate (CCDH)", refere a queixa judicial.

Aquele centro analisa as políticas de moderação das principais plataformas de redes sociais e denunciou muitas vezes as práticas da X, ex-Twitter, propriedade do multimilionário Elon Musk, que foi um aliado do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Os Estados Unidos sancionaram na terça-feira Ahmed, outros três representantes de ONG que combatem a desinformação e o discurso de ódio 'online' (Clare Melford, que dirige o GDI, um índice de desinformação no Reino Unido; Anna-Lena von Hodenberg e Josephine Ballon, da ONG alemã HateAid), e um ex-comissário europeu para os Assuntos Digitais, o francês Thierry Breton.

As ações destes cidadãos configuram "censura extraterritorial" em detrimento dos interesses norte-americanos, justificou o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na rede social X.

Mais especificamente, o Governo dos Estados Unidos acusa a ONG de Imran Ahmed de ter "pedido às plataformas que removessem 12 [defensores] antivacinas norte-americanos das suas listas", entre os quais o atual secretário da Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., explicou na rede social X a subsecretária de Estado para a Diplomacia Pública, Sarah Rogers.

No ano passado, um tribunal da Califórnia rejeitou também um processo interposto pela rede social X que acusava o CCDH de levar a cabo uma campanha de difamação.

Marco Rubio e Sarah Rogers, a Procuradora-Geral, Pam Bondi, e a secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, e ainda o diretor do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), Todd Lyons, são visados no processo interposto por Imran Ahmed. Este cidadão britânico de 47 anos, de origem afegã, vive legalmente nos Estados Unidos desde 2021 e tem um "green card" de residência permanente, segundo o processo. A sua mulher e a filha são cidadãs norte-americanas.

Num comunicado enviado nesta quinta-feira à agência de notícias AFP, Ahmed assegurou que "não se deixará intimidar ou desviar do trabalho da [sua] vida".

Trump está a realizar uma ofensiva de grande envergadura contra as normas da União Europeia sobre tecnologia, que impõem às plataformas digitais obrigações, em particular de denúncia de conteúdos problemáticos, o que os Estados Unidos consideram censura.

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