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Ex-espião do SIED pediu demissão do cargo na Ongoing (act.)

Segundo um comunicado interno da Ongoing a que o Negócios teve acesso, a empresa aceitou o pedido de renúncia apresentado por Jorge Silva Carvalho.

26 de Janeiro de 2012 às 19:25

“O Grupo Ongoing entende e aceita as razões que levaram o Dr. Jorge Silva Carvalho a solicitar a sua renúncia” e “acredita na justiça e espera que a verdade seja totalmente reposta no mais breve prazo possível”, refere o comunicado interno.

“O trabalho que o dr. Jorge Silva Carvalho desempenhou na estruturação e organização do Grupo Ongoing é visível e demonstrativo da sua enorme valia como gestor. Brevemente será divulgado quem substituirá o Dr. Jorge Silva Carvalho nos cargos e funções que desempenhava no Grupo Ongoing”, conclui o documento.

Jorge Silva Carvalho já comentou esta sua decisão no seu mural do Facebook, dizendo que tem sido alvo de “uma campanha injuriosa, manipuladora e cheia de falsidades, que tem como objectivo atingir-me e atingir o grupo económico onde trabalho”.

“Tenho sido alvo público de uma campanha que tem por base o reiterado acesso ilegal ao meu computador pessoal e a despudorada violação dos mais elementares direitos pessoais e que sob o olhar passivo das autoridades viola impunemente o Segredo de Estado e agora, também, o Segredo de Justiça. O essencial destes ataques parte de uma empresa que mantém uma disputa societária com o grupo onde desempenhei funções no último ano, o que, por si só, retira a essas acusações o carácter de imparcialidade que se exige à boa actividade jornalística”, acrescenta.

O ex-chefe do SIED diz ainda que “em devido tempo, apresentei queixa na Procuradoria-geral da República e coloquei-me à disposição das autoridades, procurando colaborar no possível para o esclarecimento de todas as questões”.

“A natureza das acusações que me fazem e as funções que desempenhei limitam a minha capacidade pública de intervenção. A minha vida pessoal tem sido continuadamente devassada e todos os meus actos têm sido escrutinados à luz de objectivos que violam a lei e ultrapassam os limites da decência”, refere.

“Esta campanha mantém-se, ininterrupta, semana após semana. Atinge-me directamente. Mas também penaliza terceiros, tão vulneráveis quanto a minha família ou o grupo económico em que trabalho. Por isso, decidi renunciar a todos os cargos e funções que exerço no Grupo Ongoing. Faço-o porque não quero continuar a servir de arma de arremesso para ataques de grupos empresariais”.

Jorge Silva Carvalho termina sublinhando que reitera “para todos os efeitos, que sempre respeitei o segredo de Estado, o dever de sigilo e desempenhei as minhas funções no estrito cumprimento do interesse nacional. Preciso de me concentrar em absoluto no esclarecimento de todas as acusações que me são dirigidas”. “Imponho-me levar até ao fim a defesa do meu bom nome, com a certeza, porém, que quando, no devido tempo e perante quem de direito tiver oportunidade de me explicar, o assunto já não terá interesse jornalístico”, conclui.

Recorde-se que além das alegadas fugas de informação do SIED, Jorge Silva Carvalho também tem estado no centro das atenções devido à maçonaria. No passado dia 10 de Janeiro, José Manuel Anes, “padrinho” maçónico do ex-espião, disse ao jornal “Público” que o seu “afilhado” “usou a maçonaria para um projecto de ambição pessoal e conquista de poder”.

Anes, fundador e ex-Grão-Mestre da Grande Loja Regular de Portugal, afirmou que Jorge Silva Carvalho “tomou conta da loja Mozart” para pôr em funcionamento o seu plano de “ambição desmesurada”.

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