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Governo brasileiro leva a leilão exploração de petróleo perto da foz do Amazonas

Uma dúzia de empresas estão aptas a apresentar propostas e outras 31 também se inscreveram para participar em consórcios liderados pelas empresas habilitadas.

Leilão de áreas de exploração de petróleo perto da foz do rio Amazonas no Brasil gera polémica
Leilão de áreas de exploração de petróleo perto da foz do rio Amazonas no Brasil gera polémica DR
17 de Junho de 2025 às 07:22

O Governo brasileiro leva esta terça-feira a leilão 172 áreas para exploração de petróleo numa decisão controversa que inclui 47 blocos de uma região marinha perto da foz do rio Amazonas.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), órgão regulador do setor de petróleo e gás que será responsável pelo leilão, 12 empresas estão aptas a apresentar propostas e outras 31 também se inscreveram para participar em consórcios liderados pelas empresas habilitadas.

As áreas em questão estão distribuídas numa bacia sedimentar terrestre e quatro marinhas.

A polémica decorre das áreas que vão a leilão localizadas na foz do rio Amazonas, onde a exploração de petróleo é criticada devido ao impacto que a exploração de petróleo pode ter na região, considerada "extremamente sensível" pois abriga uma rica flora e fauna, incluindo recifes de corais e espécies ameaçadas de extinção.

Num comunicado, o Greenpeace Brasil destacou ver "com extrema preocupação" o leilão dos 47 blocos localizados na Bacia da Foz do Amazonas "em áreas altamente sensíveis do território brasileiro e adjacentes ao Bloco 59, arrematado em 2013 e em processo de licenciamento e alvo de resistência há mais de uma década por representar alto risco ambiental, social e climático".

"É inacreditável que, em pleno ano de COP30 no Brasil, a ANP siga com intenções de esburacar a costa amazónica, ofertando 47 novos blocos na região", lamentou a porta-voz de Oceanos do Greenpeace Brasil, Mariana Andrade.

A Petrobras, que está entre as empresas habilitadas para o leilão, solicitou ao Governo brasileiro autorização para investigar a existência de petróleo e gás em áreas perto da foz do Amazonas, mas ainda não obteve a licença ambiental necessária para realizar a primeira perfuração de uma concessão que conquistou na mesma região há 12 anos.

Além das críticas, a oferta dos blocos perto da foz do Amazonas já motivou uma ação judicial pedindo a suspensão.

Na última quinta-feira, o Ministério Público Federal brasileiro pediu à Justiça a suspensão do leilão até que "sejam cumpridas uma série de medidas previstas na legislação socioambiental" para evitar que a potencial exploração das regiões da foz do Amazonas cause uma tragédia ambiental.

O MPF brasileiro alegou que a exploração de petróleo nessa região sensível viola diversas normas legais e alguns compromissos climáticos do Brasil, além de contradizer os esforços globais de descarbonização.

O órgão de fiscalização acrescentou que solicitará o cancelamento da licitação e dos respetivos contratos caso a ANP realize o leilão sem o cumprimento das medidas recomendadas.

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