"Limitei-me a dizer que há radicais em todo o lado, não acusei a CAP de ser de extrema-direita ou de direita conservadora", disse Jaime Silva em declarações à agência Lusa.

"Lamento se há um equívoco. Se alguém se sentiu ofendido, lamento estes equívocos e espero naturalmente que a CAP não abandone a concertação social", acrescentou o ministro, pouco depois da CAP ter dito que decidiu suspender a sua participação na concertação social.

Em conferência de imprensa o presidente da CAP, João Machado, recusou mesmo negociações com o ministro da Agricultura, afirmando que José Sócrates é agora o "único interlocutor aceitável".

Na origem da polémica estão declarações de Jaime Silva à entrada para o Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia, em que o ministro acusou elementos da CAP e da Confederação Nacional de Agricultura de "ligações à direita conservadora e à extrema-esquerda".

"Estamos a manter um diálogo. Longe de mim atribuir àquelas estruturas características que nunca considerei que tinham", afirmou o ministro, em declarações à agência Lusa após a conferência de imprensa da CAP.

"Não considero a CAP parte da direita conservadora, considero-a uma parceira importante", disse Jaime Silva.

"Espero que tudo se esclareça e que o diálogo se mantenha", acrescentou o ministro, afirmando que já leva várias rondas de negociação com a CAP em questões sobre a viticultura, por exemplo.

Jaime Silva adiantou mesmo que o Governo está a "dar atenção" a pelo menos metade dos dez pontos que a CAP apresentou na segunda-feira para minorar os efeitos da crise e do aumento dos preços dos combustíveis no sector, em especial àqueles que se prendem com o combate ao abandono rural, com a legislação de arrendamento rural e com a revisão da lei do licenciamento das explorações pecuárias.