Piloto da Ryanair responde a O’Leary: e se substituíssemos o patrão?
Na sequência das declarações do início do mês do CEO da Ryanair, em que defendeu a abolição do co-piloto dos seus aviões, o piloto sénior da companhia Morgan Fischer defendeu uma solução semelhante para a liderança da empresa.
“O Michael [O’Leary] pensa que a equipa de cabine fariam um CEO bem mais atraente do que ele próprio – o que obviamente não é elevar demasiado a fasquia – pelo que iremos seriamente estudar essa sugestão”, anunciou Stephen McNamara, porta-voz da companhia. Fischer recusou fazer mais comentários. “As implicações de segurança são óbvias, assim como é a razão pela qual temos dois pilotos no cockpit”, concluiu Cullen. “Mas em casos de grandes situações de grande carga de trabalho, como em casos de espaço aéreo congestionado ou no caso de uma emergência, eu gostaria que tivéssemos um piloto e um co-piloto a trabalhar juntos, como equipa”, conclui.“Proponho que a Ryanair substitua o CEO por um membro da equipa de cabine temporário, que ganha aproximadamente 13.200 euros por ano”. Foi com estas palavras, através de uma carta que endereçou ao “Financial Times”, que Morgan Fischer, piloto sénior da companhia irlandesa, respondeu à ideia de O’Leary (na foto) de substituir os co-pilotos por hospedeiras que tenham treino de aterragem de aparelhos.Para Michael O’Leary “o computador faz a maioria do trabalho hoje em dia”, razão pela qual lhe ocorreu como forma de cortar custos, passar a ter apenas um piloto e dar formação às hospedeiras na aterragem dos aviões, caso ocorra algo com o piloto durante o voo.A ideia foi desde logo condenada pelos variados quadrantes, dos quais se destaca o dos pilotos. Patrick Smith, piloto veterano, classificou a ideia de “para lá de absurda”, uma vez que a ideia de que os aviões voam sozinhos é errada. “Até em operações de rotina, é importante ter uma segunda pessoa na cabine”, acrescenta Smith.Para Fischer, piloto com 20 anos de experiência - actualmente treina pilotos para a companhia irlandesa em Marselha –, a substituição de Michael O’Leary por um piloto júnior traduzir-se-ia na “poupança de milhões de euros em salários, benefícios e opções de compra de acções”. O’Leary não deixou o seu piloto sem resposta e fê-lo à sua maneira, concordando, inclusivamente, com alguns argumentos de Fischer.
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