Depois dos magros lucros de 529 mil euros obtidos em 2017, a Science4you acumulou 18,7 milhões de euros de prejuízos nos últimos três anos, com os capitais próprios da empresa a fecharem 2020 nos 16,6 milhões d e euros negativos, colocando a fabricante de brinquedos educativos  numa situação classificada como de falência técnica. No final do ano passado, o passivo chegava aos 20,6 milhões.

Já a queda das vendas tem sido a pique – de 19,5 milhões de euros em 2017 para 13,4 milhões no ano seguinte, tendo em 2020 registado uma faturação de 5,4 milhões, menos 1,2 milhões de euros do que no ano anterior. O número de trabalhadores, que chegou a ser de 300, caiu para cerca de metade, enquanto as lojas, que já foram 20, agora são apenas quatro.

"A covid-19 não ajudou – não há festas de aniversário –, mas é do conhecimento geral que a indústria dos brinquedos  tem sofrido bastante. Trata-se de um mercado complicado", começou por explicar Miguel Pina Martins, fundador e CEO da Science4you, em declarações ao Negócios. "Veja-se as falências que têm ocorrido nesta indústria" atirou o empresário, que é também presidente da Associação de Marcas de Retalho e Restauração.

Sinalizando a existência de "uma transição digital, infelizmente natural e que acaba por afetar o brinquedo físico", Martins afirmou que a empresa, que "tinha um modelo de negócio muito assente em vendas", decidiu mudar tudo após o fracasso da entrada em bolsa, que esteve prevista para o início de 2019.