O carro particular ainda é o principal método para entrar em Lisboa, especialmente para os moradores da margem sul do Tejo, onde o sistema de transportes tem sofrido alguma pressão acrescida desde a entrada em vigor do passe a um preço reduzido. É com base nesta premissa, e para evitar a corrida ao veículo pessoal em micro-trajetos, que a Uber está a lançar o projeto "Commute", onde facilita a ligação ao comboio e ao barco através da mobilidade partilhada.

Francisco Vilaça, general manager da Uber, diz ao Negócios que o objetivo é "criar as condições para que mais pessoas tenham acesso facilitado ao transporte público, encurtando a primeira e a última milha do percurso". 

"Este é um projeto com dimensão exploratória, dado que queremos avaliar a adesão e o comportamento dos utilizadores, de modo a perceber se faz sentido avançar com soluções semelhantes de forma mais permanente ou alargada no futuro", explica, exemplificando que cidades como Madrid e Londres são adeptas deste modo de deslocação.

Uma das vantagens deste programa de trajeto até aos principais meios de deslocação na margem sul é o da promoção da mobilidade verde e partilhada. Ou seja, o projeto está limitado à Uber Green com viaturas totalmente elétricas, e ao Uber Share, a solução que permite a partilha de viagens com outros utilizadores que vão para a mesma direção. "Queremos promover opções com menor pegada ecológica e maior eficiência no transporte de passageiros", assume o responsável.

O processo, segundo explica Francisco Vilaça, é simples e encaixa uma poupança monetária no bolso de quem vai trabalhar. É preciso inserir o código Ubermargemsul "para aceder ao desconto de 50% (até dois euros por viagem) num limite de 10 viagens". Fazendo as contas, uma viagem do centro de Almada pode ficar por metade do preço até Cacilhas ou para o Pragal.

Porquê escolher a margem sul? É um dos maiores polos de entrada do automóvel particular, com as duas pontes sobre o Tejo a somar mais de 100 mil veículos diários na travessia. O general manager da Uber assume que o objetivo da empresa de mobilidade não é acrescentar carros ao trânsito, mas movimentar as deslocações em direção aos transportes multimodais e por isso abrangem todas as estações de comboio da Fertagus e CP e ainda os barcos que fazem a ponte até Lisboa.