Mexia: visita de presidente chinês não muda nada na OPA à EDP

A oferta da China Three Gorges sobre a EDP tem um calendário, que não pode ser alterado pela visita oficial de Xi Jinping. A opinião é de António Mexia, presidente executivo da eléctrica portuguesa.
Pedro Nunes/Reuters
Diogo Cavaleiro 03 de Dezembro de 2018 às 11:38

A visita a Portugal do presidente chinês, Xi Jinping, não vai alterar nada no desenvolvimento da oferta pública de aquisição da China Three Gorges à EDP, segundo disse o presidente executivo da eléctrica nacional, António Mexia, esta segunda-feira, 3 de Dezembro, na conferência "Road to China", organizada pela Global Media.

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"Quer a China Three Gorges quer os reguladores estão a fazer o que lhes compete. Nada disso poderia ser alterado pela visita", respondeu Mexia à pergunta sobre qual será o impacto da visita, que se inicia esta terça-feira, na oferta sobre a EDP que está em curso desde Maio.

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De acordo com Mexia, a oferta tem um calendário e não era a visita do líder chinês que o iria influenciar. "O processo tem uma maturidade, e nunca foi suposto ter resultados específicos em Dezembro. Não se espera nada de especial", acrescentou, dizendo que "está a seguir com toda a normalidade".

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O presidente da EDP ressalvou que esta não era uma "resposta politicamente correcta". "É simplesmente a verdade", continuou António Mexia.

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A China Three Gorges tem 23% da EDP, mas lançou uma oferta pública de aquisição sobre a eléctrica e sobre a sua subsidiária para as energias verdes, a EDP Renováveis, o que irá ter implicações em oito países: "Os ‘fillings’ têm de ser feitos e estão a ser feitos. Faltam, obviamente, alguns, mas já estava previsto".

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As palavras de Mexia foram feitas durante uma oferta que exige a resposta de inúmeros reguladores e autoridades dos países onde o grupo está presente, incluindo do Governo português. Na visita, Xi Jiping será recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e pelo primeiro-ministro, António Costa.

 

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Além disso, a oferta precisa também de passar no crivo da Comissão Europeia – em que um dos pontos em análise é o cumprimento de regras do sector eléctrico com a separação entre as actividades de comercialização e transporte – e das autoridades norte-americanas, geografia em relação à qual o embaixador dos EUA em Portugal já disse que estaria fora da oferta.

 

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Mexia e relação EDP/CTG: "melhor caminho entre A e B não é recta, é uma curva"

"Estamos num momento em que temos de saber que o caminho será mais fácil juntos, mas temos também de, juntos, saber vencer desafios". A afirmação é de António Mexia, presidente executivo da EDP, quando questionado sobre a relação entre a empresa portuguesa e o seu accionista chinês e isto durante uma oferta que tem passado por um turbilhão de obstáculos

 

Mexia não se pronunciou em relação a elementos específicos, mas sublinhou o Brasil como um mercado em que tudo tem corrido bem, bem como o negócio "off-shore" na Europa. Dos Estados Unidos, o entrave mais óbvio da operação (tendo em conta a difícil relação comercial entre China e EUA), não falou. 

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"Vivemos num mundo em que as percepções têm de ser geridas", comentou António Mexia, razão pela qual disse que as duas empresas têm de perceber quais os obstáculos e que, às vezes, "o melhor caminho entre A e B não é uma recta, é uma curva".

(Notícia actualizada às 11:40 com mais informações)

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