EDP vê taxa da ERSE para as redes como “globalmente positiva”
Miguel Stilwell d'Andrade, que tem sido um crítico da baixa taxa de retorno dos investimentos nas redes, considera positiva a taxa revista de 6,70%. Diz que permitirá fazer os investimentos na modernização "desta infraestrutura crítica para a transição energética".
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A EDP considera “globalmente positiva” a decisão final da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) que reviu em alta a taxa de remuneração no próximo período regulatório para 6,7%, realçando que “não prevê a criação de novo défice tarifário”, antecipando mesmo “a sua extinção a prazo”, um dos principais objetivos da regulação do setor elétrico.
O CEO da elétrica, Miguel Stilwell d'Andrade, que tem sido um crítico da baixa taxa de retorno dos investimentos nas redes, refere ainda que, "num contexto de eficiência, aprova a revisão do enquadramento remuneratório das redes, essencial, tal como a EDP tem defendido, para promover o necessário investimento e modernização desta infraestrutura crítica para a transição energética e descarbonização da economia”.
O regulador anunciou ontem que fixou a taxa de remuneração das redes em 6,70%, antes de impostos, o que representa um aumento face aos 6,33% propostos em outubro e muito acima dos 4,7% atualmente em vigor. Durante o período regulatório 2026-2029, esta taxa de remuneração poderá variar entre o mínimo de 5,90% e o máximo de 8,90%.
“Encaramos como globalmente positiva a decisão da ERSE, uma vez que não prevê a criação de novo défice tarifário, antevendo, aliás, a sua extinção a prazo”, afirma o presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, numa nota enviada ao Negócios.
A ERSE confirmou ainda um aumento de 1% nas tarifas elétricas para os clientes que estão no mercado regulado a partir do próximo ano, mantendo o que tinha proposto em meados de outubro, mas agravou as tarifas de acesso às redes para as famílias e empresas de menor dimensão.
De acordo com o regulador, a tarifa de acesso na baixa tensão normal, que se aplica aos consumidores domésticos, vai subir 3,5% a partir de janeiro, face aos 3% da proposta inicial. Este aumento das tarifas representa uma subida das remunerações atribuídas às redes da EDP e da REN.
O CEO da EDP tem sido um crítico feroz das taxas de remuneração impostas pela ERSE para o setor das redes elétricas, tendo afirmado que o “o que existe em Portugal e em Espanha é claramente insuficiente” e que “é preciso rever as taxas de retorno se quiserem mais investimento” nas redes.
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