EDP vende quase 30% do défice tarifário por 503 milhões
A elétrica liderada por Miguel Stilwell vendeu 28,8% do défice tarifário deste ano por 503 milhões de euros.
A EDP acordou a venda de 28,8% do défice tarifário deste ano por um valor global de 503 milhões de euros, anunciou a elétrica liderada por Miguel Stilwell.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a elétrica indica que a operação foi realizada pela SU Eletricidade, "comercializador de último recurso do sistema eléctrico português, detido a 100% pela EDP".
A venda foi acordada através de "cinco transacções individuais, de 28,8% do défice tarifário de 2021 relativo ao
sobrecusto com a produção em regime especial, por um montante de 503 milhões de euros".
A empresa explica que "este défice tarifário resulta do diferimento por 5 anos da recuperação do sobrecusto de 2021 com a aquisição de energia aos produtores em regime especial (incluindo os ajustamentos de 2019 e 2020)".
O valor desta venda é ligeiramente inferior, em termos relativos, à operação realizada no final de dezembro do ano passado, quando a EDP vendeu 15,5% do défice tarifário deste ano por 271 milhões de euros.
A dívida tarifária é gerada para que os sobrecustos anuais com os incentivos à produção de eletricidade em regime especial não sejam refletidos logo na factura, o que iria provocar um aumento abrupto dos preços da luz.
Ao criar um passivo, atira-se para o futuro o pagamento gradual do valor que a EDP Serviço Universal tem a receber pela compra da eletricidade, diluindo assim os efeitos dos sobrecustos nas faturas das famílias e empresas.
De forma a receber o dinheiro mais cedo, a EDP tem vindo a desfazer-se gradualmente da dívida tarifária que detém, passando para terceiros os recebimentos futuros.
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