Galp confirma Maria João Carioca e João Diogo Silva como co-CEO até 2026
Segundo Paula Amorim, presidente do conselho de administração da empresa, ambos "demonstraram claramente a sua capacidade de liderar a Galp com excelência, combinando uma liderança forte e complementar".
Ao fim de mais de três meses a ocupar interinamente o cargo de co-CEO da Galp, depois da saída de Filipe Silva, Maria João Carioca e João Diogo Marques da Silva foram confirmados esta quinta-feira pelo Conselho de Administração da petrolífera como co-Presidentes da Comissão Executiva pela restante duração do mandato atual, que termina em 2026.
A decisão unânime foi comunicada pela Galp em comunicado enciado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e surge duas semanas antes da Assembleia Geral de acionistas, que terá lugar a 9 de maio. Na Comissão Executiva da Galp permanecem também Georgios Papadimitriou, Ronald Doesburg e Rodrigo Vilanova, com as mesmas responsabilidades.
Além disso, a empresa informou também que "Maria João Carioca e João Diogo Marques da Silva, que atuam interinamente como co-CEOs desde 10 de janeiro de 2025, continuarão a ocupar os seus respectivos cargos como Chief Financial Officer (CFO) e Vice-presidente Executivo para a área Comercial".
No mesmo comunicado, Paula Amorim, presidente do Conselho de Administração da Galp, garante que ambos "demonstraram claramente a sua capacidade de liderar a Galp com excelência, combinando uma liderança forte e complementar, uma visão estratégica e um profundo conhecimento das operações da empresa".
"Neste momento decisivo, o Conselho de Administração da Galp está totalmente alinhado com a convicção de que esta coliderança representa um passo significativo na execução da nossa estratégia. Reflete o nosso compromisso com a excelência operacional, o crescimento sustentável e a criação de valor a longo prazo para todos os stakeholders", afirmou ainda a chairwoman da Galp.
Paula Amorim reconhece que a empresa enfrenta "um contexto geopolítico e económico global complexo e em evolução".
Maria João Carioca esteve seis anos no Conselho Executivo da Caixa Geral de Depósitos, antes de assumir o cargo de CFO na petrolífera, em 2023, enquanto João Diogo Silva trabalha na Galp há quase 23 anos, tendo passado por várias posições dentro da empresa.
"A antiguidade profissional e a sólida perspicácia financeira de Maria João Carioca, aliada à experiência de João Diogo Silva e à sua profunda integração na nossa cultura empresarial e décadas de serviço, criam uma liderança equilibrada e poderosa. Estou confiante de que esta co-liderança impulsionará a nossa empresa, mantendo ao mesmo tempo uma estratégia bem definida", disso no início do ano Paula Amorim.
Nessa altura, a Galp anunciou também a "cooptação de Nuno Holbech Bastos, antigo diretor da divisão de Estratégia & M&A da Galp, como membro do Conselho de Administração e da Comissão Executiva", decisão que será submetida à ratificação dos acionistas na próxima Assembleia Geral. O gestor irá ficar com a responsabilidade da "poderosa" área de negócio de "upstream" (exploração de petróleo e gás natural). O cargo assume especial importância numa altura em que a Galp está a apostar forte nas novas descobertas petrolíferas na Namíbia.
Em janeiro, os nomes de Maria João Carioca e João Diogo Silva foram a solução encontrada para não deixar vaga a liderança de topo da petrolífera portuguesa, depois de Filipe Silva, que tinha assumido o cargo de presidente executivo no início de 2023, se ter demitido por "razões familiares".
A demissão com "efeitos imediatos" surgiu após uma denúncia interna por suspeitas de conflitos de interesses envolvendo Filipe Silva. O gestor terá, alegadamente, mantido um relacionamento com uma diretora da empresa, não tendo reportado o mesmo à Comissão de Ética. Paula Amorim destacou o "contributo que o Filipe deu à empresa ao longo dos últimos 12 anos, período em que a sua dedicação foi importante para o crescimento da Galp".
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