Ageas vende o primeiro arranha-céus do Porto
"O ‘café’, com ar condicionado, tem capacidade para 130 mesas e a cozinha completamente electrificada, possue, e pela primeira vez em Portugal, aparelhagem para esterilização de chávenas, capaz de esterilizar 600 em quinze minutos. Cada salão possue balcão-frigorífico privativo, ligado por um elevador", escrevia o extinto "O Século" na sua edição de 28 de novembro de 1944.
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O Café Rialto ocupava dois pisos, ligados por uma imponente escadaria em mármore, de um edifício inaugurado nesse ano e que ganhou o seu nome.
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O edifício, com um total de nove andares, causou grande furor na altura, pois era considerado o mais alto do país, tendo ficado conhecido como o primeiro arranha-céus do Porto.
Situado na esquina da Rua de Sá da Bandeira com a Praça D. João, mesmo ao lado do majestoso Teatro Rivoli, o Rialto foi concebido por Artur Andrade, o arquiteto do cinema Batalha, tendo sido um dos cafés mais emblemáticos do Porto, juntamente com os famosos Majestic ou Guarany.
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Nas décadas de 1950-60 foi local de reunião de uma geração de poetas contestatária do Estado Novo, como Egito Gonçalves, Daniel Filipe e José Augusto Seabra, entre outros.
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Encerrado o café em 1972, o edifício era propriedade do BCP, até que passou para a seguradora Ageas, que anunciou esta terça-feira, 3 de novembro, que vendeu o edifício Rialto.
"Tanto o valor da venda como o comprador não podem ser revelados devido a uma cláusula de confidencialidade", afirmou ao Negócios fonte oficial da seguradora.
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"Após a aquisição de um edifício de escritórios durante o verão e a construção, em curso, das novas sedes do Grupo Ageas Portugal, em Lisboa e no Porto, esta venda é mais um passo na nossa estratégia de reequilibrar a carteira de investimento imobiliário do Grupo Ageas Portugal. Continuaremos a investir nas principais cidades do país, focando-nos em ativos core/core+", explicou Gilles Emond, "head of real estate" do grupo Ageas Portugal, em comunicado.
A assessoria da venda do edifício Rialto, que tem uma área de aproximadamente 4.700 metros quadrados, ficou a cargo da CBRE na análise comercial e da Abreu Advogados na componente jurídica.
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"Esta é a primeira venda importante anunciada pelo grupo Ageas Portugal, que desenvolve a sua estratégia de investimento no setor de imobiliário em dois segmentos: espaços de escritórios e imobiliário operacional", realça a seguradora.
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A Ageas anunciou, em agosto passado, aquisição do edifício Expo Tower, no Parque das Nações, depois de no ano passado ter comprado três edifícios (Rua Castilho, Entrecampos e Benfica) em Lisboa, tendo no início de 2018 anunciado o desenvolvimento de uma nova sede em Lisboa, no Parque das Nações, e no Porto, em Ramalde.
(Notícia atualizada às 13:12)
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