O Banco de Portugal (BdP) assinou, esta sexta-feira, um contrato-promessa de compra e venda do edifício com a seguradora por 191,99 milhões de euros, de acordo com um comunicado disponível no portal da autoridade monetária. O edifício vai servir para as futuras instalações do BdP em Lisboa, concentrando todos os seus serviços de escritório atualmente dispersos pela capital.

O negócio já tinha sido anunciado, mas desconhecia-se o valor.

O BdP explica que o montante que vai pagar à seguradora liderada por Jorge Magalhães Correia até 2027 corresponde "ao limite inferior das avaliações independentes realizadas", estando assim protegido "da melhor forma o interesse público". O imóvel tem uma área bruta de construção de cerca de 32 mil metros quadrados. 

"A concretização desta aquisição vai ao encontro das necessidades do Banco de Portugal nos planos funcional e institucional e representa o culminar de um processo com mais de quatro décadas de procura de uma localização única na cidade de Lisboa", explica a autoridade monetária liderada por Mário Centeno. O BdP indica ainda que a concentração de serviços vai permitir poupar cinco milhões de euros por ano. "A posterior alienação de património imobiliário do Banco de Portugal financiará uma parte substantiva do investimento", lê-se ainda.

Em comunicado, a Fidelidade confirma a venda do edifício e afirma que o projeto que está a construir em Entrecampos "representa uma visão revitalizadora daquela área central de Lisboa". 

A seguradora é detida em 85% pela Fosun, estando os remanescentes 15% nas mãos da Caixa Geral de Depósitos. A Fosun tem vindo a adotar uma estratégia de desinvestimento com o objetivo de aliviar o peso da dívida, que cresceu exponencialmente até 2022. Além da Fidelidade, tem cerca de 20% do capital do BCP.

* Notícia corrigida para retirar a informação de que o edifício que a Fidelidade vendeu ao BdP não é aquele que estava a ser construído para a sua futura sede