Martifer cancela assembleia e já não vai distribuir quatro milhões antes da OPA
A 11 de setembro, quando ainda aguardava o avanço da OPA (oferta pública de aquisição) comunicada pela Visabeira, a Martifer anunciava a convocação para 10 de outubro de uma assembleia geral extraordinária de acionistas.
Proposta pela I’M, a sociedade dos irmãos Martins, e pela Mota-Engil, tinha como único ponto de trabalho discutir e deliberar sobre a distribuição aos acionistas de quatro milhões de euros de reservas livres, no valor ilíquido de 0,04 euros por ação.
PUB
Esta quinta-feira, 9 de outubro, véspera da realização da reunião magna de acionistas extraordinária, a Martifer avança que “não foram recebidas quaisquer outras propostas relativas ao ponto único da ordem de trabalhos ou solicitada inclusão de outros assuntos na ordem de trabalhos”, pelo que decidiu cancelar a assembleia.
A decisão surgiu na sequência de uma comunicação enviada pela I’M e a Mota-Engil à mesa da assembleia geral “solicitando a retirada da proposta apresentada quanto ao ponto único, dando-se a convocatória sem efeito”, avança a Martifer em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“Com fundamento no facto de terem sido mantidos contactos com a entidade supervisora CMVM e estar ainda, à data de hoje, o registo da Oferta Pública de Aquisição Obrigatória preliminarmente anunciada pela Visabeira S.G.P.S., S.A. sobre a Martifer – S.G.P.S., S.A., pendente de condições”, reporta o grupo de Oliveira de Frades.
PUB
“Com a retirada da proposta apresentada, passa a não existir, na presente data, qualquer proposta ao ponto único da ordem de trabalhos, e, nessa medida, pelos motivos explanados pelas acionistas, determina-se que seja dada sem efeito e, por isso, desconvocada a assembleia geral extraordinária designada para o dia 10 de outubro de 2025”, remata a Martifer.
A Visabeira Indústria, a I’M e a Mota-Engil assinaram a 6 de agosto um acordo de acionistas e um acordo parassocial na Martifer que obrigou ao lançamento de OPA sobre o grupo fundado pelos irmãos Carlos e Jorge Martins pelo facto de, havendo um controlo conjunto, ultrapassarem os 50% (controlam 87,4% dos direitos de voto).
A contrapartida oferecida na operação é de 2,057 euros, um preço que tem sido contestado pelos investidores.
PUB
(Notícia atualizada às 17:12)
Mais lidas
O Negócios recomenda