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Central de Cervejas vai ter das "maiores baterias térmicas a nível mundial"

Bateria a ser instalada pela EDP e a Rondo Energy vai permitir à fábrica de Vialonga, donde saem as cervejas Sagres, transformar-se num dos centros de produção mais sustentáveis do mundo.

central de cervejas
central de cervejas Inácio Rosa/Lusa
11:14

A fábrica da Central de Cervejas em Vialonga, onde são produzidas e engarrafadas as cervejas da marca Sagres, vai ter "uma das maiores baterias térmicas da indústria das bebidas a nível mundial", que "contribuirá para transformar a unidade num dos centros de produção mais sustentáveis do mundo, operando com vapor limpo e sem emissões", graças a uma parceria com a portuguesa EDP e a americana Rondo Energy.

A bateria, de 100 MWh, que combina energia solar, armazenamento térmico e eletrificação de calor, deve estar operacional em 2027.

Em comunicado, enviado esta segunda-feira às redações, a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC), que integra o Grupo Heineken, explica que a Rondo Energy vai fornecer a tecnologia da bateria térmica, enquanto a EDP vai disponibilizar energia renovável a longo prazo através de um Acordo de Compra de Energia (PPA) e instalar uma central solar de 7 MWp (megawatt pico), cuja energia será utilizada para carregar a bateria da Rondo, capaz de fornecer continuamente vapor de alta temperatura e livre de carbono à cervejeira.

Tal vai ser feito através de um modelo "Heat-as-a-Service" com a Central de Cervejas e a EDP a destacarem - em comunicados distintos - que esta parceria marca "o primeiro grande contrato de aquisição de calor em Portugal, recorrendo a uma solução de renováveis e armazenamento no local".

"Implementar uma das maiores baterias térmicas do mundo no setor das bebidas – integrada numa solução para cervejeiras e alimentada por painéis solares e um PPA verde complementar – não é apenas tecnologia; é provar o que é possível quando ousamos ir mais além. Juntamente com a Heineken e a Rondo estamos a elevar o padrão da sustentabilidade, um copo de cada vez", diz o CEO da EDP, Miguel Stilwell d'Andrade, citado na mesma nota.

Este não é, no entanto, o único projeto no âmbito da transição energética da SCC que, em 2024, cumpriu a meta de ter 100% sua eletricidade proveniente de fontes de energia renovável: Por um lado, através da instalação, entre 2019 e 2023, de 8.400 painéis solares na Cervejeira de Vialonga e na unidade de enchimento da Água de Luso (com capacidade para produzir 3.189 MWh/ano e 1.379 MWh/ano, respetivamente) e, por outro, por meio de garantias de origem de múltiplos ativos.

A SCC indica que a transição para energias renováveis tem continuidade em 2025, desde logo, a partir de um ativo dedicado (o Parque Eólico de Alto da Coutada), resultante de um PPA de longa duração, que fornece 32 GWh/ano de eletricidade renovável.

A próxima fase da "jornada" - adianta - visa a transição da energia térmica, que representa cerca de dois terços da energia total consumida nas operações cervejeiras.

"Esta é uma das áreas mais desafiantes de descarbonizar numa cervejeira: a energia necessária para o aquecimento, essencial para processos que vão desde a transformação da cevada em malte até à fase de enchimento, e que até agora era produzida a partir de gás natural", sublinha.

E, neste capítulo, "uma das soluções está a ser implementada em parceria com a Siemens Portugal, prevendo-se o seu funcionamento total em 2026, também na unidade de Vialonga. Em causa figura um sistema de recuperação de energia que utiliza uma bomba de calor: o sistema gera energia térmica a partir de eletricidade produzida por fontes renováveis (solar/eólica), através de um circuito de água quente, substituindo parcialmente o vapor gerado pelas caldeiras a gás natural.  Esta inovação, parcialmente cofinanciada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vai contribuir para reduzir as emissões de CO2 associadas à energia térmica.

"Cumprir a transição da energia térmica, em particular, exige um investimento significativo em inovação e a colaboração entre as nossas equipas e parceiros tecnológicos de referência e com elevada experiência. Estamos a ser pioneiros em Portugal na transformação do setor, contribuindo para acelerar a descarbonização, reforçar a resiliência e competitividade da indústria cervejeira no longo prazo", realça o diretor-geral da Central de Cervejas e Bebidas, Julien Haex, dando conta do objetivo de "produzir cerveja com energia 100% renovável até 2030" na unidade de Vialonga.

A Central de Cervejas adianta que no âmbito da sua jornada de descarbonização o investimento feito desde 2017 ascende a 135 milhões de euros, valor que também inclui o próprio e o de terceiros ao abrigo de contratos de fornecimento. 

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