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Lucros da Navigator recuam 24,6% para 48 milhões até março

A produtora de pasta e papel salienta a adaptação ao contexto internacional de crescente instabilidade e agravamento das tensões comerciais. As vendas somaram 529 milhões e o negócio do tissue representa agora 25% da faturação.

D.R.
08 de Maio de 2025 às 20:13

A Navigator registou um resultado líquido de 48,3 milhões de euros no primeiro trimestre, o que representa um recuo de 24,6% face a março de 2024, quando apresentou lucros de 64,1 milhões.

Já face ao último trimestre do ano passado, os lucros anunciados esta quinta-feira representam um aumento de 6,1%, de acordo com o comunicado enviado à CMVM, no qual a empresa sublinha que o resultado reflete "a evolução positiva da atividade comercial, a robustez do modelo de negócio e a eficácia na adaptação ao contexto internacional de crescente instabilidade e profundo agravamento das tensões comerciais".

O volume de negócios situou-se nos 529,3 milhões de euros até março, recuando 1,3% em termos homólogos, mas aumentando 1,8% face ao trimestre anterior, realçando a produtora de pasta e papel "a resiliência do modelo de negócio seguido num contexto geopolítico extraordinariamente desafiante e de significativo arrefecimento da atividade económica nos principais mercados".

O EBITDA atingiu 115,6 milhões de euros, menos 13,3% face a março do ano passado, representando uma margem de cerca de 22%.

No comunicado, a Navigator refere que os negócios do "tissue" e "packaging" já representam 30% da faturação total da empresa, quando há um ano pesavam 17%

No tissue, o volume de vendas atingiu 61 mil toneladas, aumentando 62% em comparação com o período homólogo. Já em valor das vendas foi registado um crescimento de 76% face ao primeiro trimestre de 2024. No packaging, as vendas aumentaram 31% em termos homólogos, representando 4% do volume de negócios.

Por seu lado, as vendas de papel de impressão e escrita e papel de embalagem totalizaram mais de 325 mil toneladas no trimestre, recuando 8% face ao período homólogo – que foi o melhor trimestre dos últimos nove. O valor das vendas apresentou uma redução de 14% face ao período homólogo.

Já volume de vendas de pasta foi de 100 mil toneladas, menos 9% face ao primeiro trimestre de 2024, destacando o grupo que, "apesar da volatilidade do mercado de pasta, conseguiu manter um desempenho estável neste segmento, beneficiando da sua estrutura de custos competitiva".

Até março, as vendas de energia elétrica ascenderam a cerca de 31 milhões de euros, menos 8% em comparação com o período homólogo.

"Para este desempenho homólogo contribuiu de forma decisiva a entrada da capacidade da Navigator Tissue UK, a 1 de maio de 2024, que, para além de potenciar o crescimento de vendas, alargou a base de clientes e gerou ganhos relevantes em sinergias de integração", explica.

No comunicado, o grupo sublinha ainda que num trimestre "marcado por forte instabilidade geopolítica, a Navigator conseguiu manter uma gestão rigorosa dos seus custos fixos totais, que ficaram em termos nominais em linha com o período homólogo, para o mesmo perímetro, isto é, excluindo a inclusão da Navigator Tissue UK".

A dívida líquida situou-se nos 660 milhões de euros, um aumento de 43 milhões de euros face a dezembro, "pese embora a distribuição antecipada de 100 milhões de dividendos no trimestre e o período de forte investimento em curso". O rácio de dívida líquida/EBITDA era de 1,25 vezes no final do primeiro trimestre.

Já o volume de investimentos ascendeu a 36 milhões de euros.

Quanto às perspetivas para 2025, o grupo afirma que "a situação geopolítica e a volatilidade que lhe está associada deverá impactar os próximos trimestres, num contexto global cada vez mais instável, marcado pelo aumento do protecionismo e por crescentes tensões comerciais entre blocos económicos".

"Neste sentido, a fluidez da atual situação, a instabilidade criada pela imposição de taxas aduaneiras e a resposta subsequente num clima de guerra comercial tornam particularmente difícil antever a evolução da procura e dos preços nos próximos meses", afirma, acrescentando que "a capacidade de adaptação ao novo ambiente macroeconómico será crucial para todos os agentes económicos, tendo a Navigator dado provas da sua resiliência noutros contextos difíceis de mercado".

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