Estudo sugere que resultados da Google são politicamente tendenciosos
Um estudo levado a cabo pela CanIRakn.com conclui que os resultados de 50 pesquisas de temas políticos apresentados pelo maior motor de busca do mundo, a Google, apresentam mais páginas conotadas com correntes políticas liberais do que com as conservadoras.
PUB
A investigação contou com um painel de quatro pessoas, duas liberais e duas conservadoras, com experiência na área política e na pesquisa online. Cada um dos elementos classificou cada página numa escala de um a cinco, sendo que "cinco" corresponde ao nível considerado politicamente mais conservador.
Do universo de duas mil páginas analisadas, 31% foram classificadas como liberais, 22% como conservadoras, e 47% como neutras, onde se incluem páginas do governo e sites de notícias. Termos como "salário mínimo" apresentaram páginas tendencialmente liberais, e "será que o controlo de armas reduz o crime?" fornece páginas mais conservadoras.
PUB
Os resultados de pesquisas de "regulação financeira", "imposto de propriedade" e "reserva federal" apresentam uma mistura de forças políticas nos resultados.
Em resposta, a Alphabet (dona da Google) nega quaisquer acusações de enviesamento. Uma porta-voz da empresa afirma que o motor de busca preocupa-se em fornecer as respostas e resultados mais relevantes para os utilizadores. A empresa afirma que os resultados de pesquisa são gerados por algoritmos que têm em conta "centenas de factores" e "reflectem o conteúdo e a informação que está disponível na Internet".
O Wall Street Journal aponta que o estudo, porém, apresenta algumas fraquezas. A publicação sublinha nomeadamente o painel composto por quatro elementos. Além disso, os resultados são um pouco confusos. A pesquisa revelou mais páginas avaliadas como "liberal" do que "conservadora" numa escala de um a cinco, mas havia mais páginas classificadas como "muito conservadora" do que como "muito liberal".
PUB
O estudo reacende a recente discussão sobre a influência de companhias de Internet sobre a informação que passa para os utilizadores. O Facebook, por exemplo, foi recentemente acusado de circular notícias falsas durante a campanha presidencial dos Estados Unidos.
No verão passado, também a Google foi acusada de favorecer Hillary Clinton ao esconder pesquisas negativas sobre a candidata à Casa Branca. O motor de busca negou.
No passado mês de Dezembro, a Universidade de Maryland conduziu um estudo onde se pôde concluir que a pesquisa por nomes de candidatos democráticos apresentava mais páginas de apoio do que a pesquisa por nomes de candidatos republicanos.
PUB
Nock Diakopoulos, jornalista e professor na Universidade de Maryland, tem vindo a estudar algoritmos e é co-autor do estudo que teve em conta dos resultados de pesquisa dos nomes dos candidatos nas eleições dos EUA. "O Google é basicamente um mecanismo de popularidade no sentido em que quanto mais hiperligações tem, maior será a sua classificação", afirma.
Ao contrário do Facebook, o Google raramente apresenta páginas que distribuem propaganda, refere a mesma fonte. No entanto, os investigadores académicos ainda consideram a opacidade dos algoritmos de pesquisa uma preocupação, dado o papel preponderante da Google.
Saber mais sobre...
Saber mais Google economia negócios e finanças tecnologias de informação media Hillary Clinton Estados UnidosMais lidas
O Negócios recomenda