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Inovar para sobreviver

A Microfil nasceu em 1985 com a microfilmagem. Mas a técnica para guardar grandes volumes de documentos depressa caiu em desuso com a digitalização. Não foi por isso que a empresa desapareceu. Mais de 20 anos depois, a história da...

28 de Maio de 2009 às 16:36

Apostar na inovação é um caminho inevitável para as empresas, encarada como um investimento para o futuro numa época de crise. E a alternativa passa por recorrer a programas de apoio à inovação disponíveis em Portugal, mas também ao nível europeu. Três empresas mostram que a aposta vale a pena, mesmo que, à partida, o processo possa parecer desencorajador.

A Microfil nasceu em 1985 com a microfilmagem. Mas a técnica para guardar grandes volumes de documentos depressa caiu em desuso com a digitalização. Não foi por isso que a empresa desapareceu.

Mais de 20 anos depois, a história da Microfil é de inovação. Passou pela digitalização e pela gestão documental da imagem digital até que foi decidido criar um gabinete de desenvolvimento de "software". A empresa foi evoluindo à medida das necessidades dos clientes e, hoje, definem-se como uma firma que desenvolve sistemas de informação à medida.

"Procurámos sempre inovar, só assim se explica que tenhamos subsistido", afirma João Abrantes, assessor da administração com a responsabilidade das áreas de inovação e internacionalização da Microfil. Para chegar lá, a empresa recorreu à ajuda de programas de apoio à inovação e, agora, os seus responsáveis reconhecem que esta foi a melhor aposta que poderiam ter feito.

A Microfil começou pelos programas nacionais criados a partir dos fundos comunitários, com o Quadro Comunitário de Apoio III, a já ganhou candidaturas no actual Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Prepara-se para voar mais alto e concorrer a financiamentos a um nível europeu, recorrendo ao sétimo programa-quadro de Investigação & Desenvolvimento Tecnológico da Comissão Europeia. Este é, em regra, o percurso pelo qual passam as empresas que querem recorrer a financiamento para a inovação: começam pelas ajudas de âmbito nacional e partem depois para o nível europeu.

EMPRESA

Inova+

Área de actividade: Consultoria na área de inovação

Ano Criação: 1997

Nº de colaboradores: 30

Volume de negócios 2008: 1,5 milhões de euros, apenas em Portugal

A ganhar com a inovação

A Inova+ define-se como uma consultora especializada na promoção e gestão de projectos de Inovação. Presta serviços de consultoria, gestão de projectos e formação, com o objectivo de dinamizar o ciclo de inovação e gestão do conhecimento nas empresas, e apoia a participação em programas nacionais de incentivo à Investigação e Desenvolvimento (I&D) e em projectos da Comissão Europeia. Criada em 1997, nos primeiros anos de vida a empresa dependia em grande parte dos projectos europeus e dos contratos com a Comissão Europeia. Até 2005, estes projectos constituíam mesmo cerca de 80% do volume de negócios da empresa. Ainda hoje há uma forte ligação às instituições europeias e isso deve-se à experiência profissional do fundador, Eurico Neves, que trabalhou nas instituições europeias durante vários anos e que é, neste momento, o CEO da Inova+. Com uma carreira ligada à inovação, escreveu livros sobre a área e trabalhou na concepção e gestão do programa "Innovation" da Comissão Europeia, tendo ainda participado na elaboração do Livro Verde de Inovação. Com sede no Porto, a Inova+ tem escritório em Lisboa, contando com cerca de 30 colaboradores em Portugal. Mas tem ainda escritórios em Bruxelas, Luxemburgo, República Checa, Polónia e em Itália, totalizando um universo de mais de 150 colaboradores.

Entre os projectos da empresa, destacam-se o facto de ser Ponto de Contacto Nacional em Portugal para o 7º rograma-Quadro de Investigação & Desenvolvimento Tecnológico da Comissão Europeia, por nomeação da Fundação de Ciência e Tecnologia, representa Portugal no Enterprise Policy Group - Business Chamber da Comissão Europeia, um órgão de aconselhamento do vice-presidente da Comissão, Gunther Verheugen e desenvolve estudos para agências europeias de inovação, incluindo a própria Comissão Europeia. Foi seleccionada, pelo Parlamento Europeu, como fornecedora de serviços especializados em regulamentos e políticas nos campos da Indústria, telecomunicações, investigação e desenvolvimento tecnológico, energia e políticas ambientais.

EMPRESA

Inova+

Área de actividade: Consultoria na área de inovação

Ano Criação: 1997

Nº de colaboradores: 30

Volume de negócios 2008: 1,5 milhões de euros, apenas em Portugal

A Inova+ define-se como uma consultora especializada na promoção e gestão de projectos de Inovação. Presta serviços de consultoria, gestão de projectos e formação, com o objectivo de dinamizar o ciclo de inovação e gestão do conhecimento nas empresas, e apoia a participação em programas nacionais de incentivo à Investigação e Desenvolvimento (I&D) e em projectos da Comissão Europeia. Criada em 1997, nos primeiros anos de vida a empresa dependia em grande parte dos projectos europeus e dos contratos com a Comissão Europeia. Até 2005, estes projectos constituíam mesmo cerca de 80% do volume de negócios da empresa. Ainda hoje há uma forte ligação às instituições europeias e isso deve-se à experiência profissional do fundador, Eurico Neves, que trabalhou nas instituições europeias durante vários anos e que é, neste momento, o CEO da Inova+. Com uma carreira ligada à inovação, escreveu livros sobre a área e trabalhou na concepção e gestão do programa "Innovation" da Comissão Europeia, tendo ainda participado na elaboração do Livro Verde de Inovação. Com sede no Porto, a Inova+ tem escritório em Lisboa, contando com cerca de 30 colaboradores em Portugal. Mas tem ainda escritórios em Bruxelas, Luxemburgo, República Checa, Polónia e em Itália, totalizando um universo de mais de 150 colaboradores.

As empresas batem primeiro à porta do QREN. Essa é a experiência da Inova+, uma consultora especializada na promoção e gestão de projectos de Inovação. Sedeada no Porto, recebe pedidos de empresas para as ajudar a concorrer ao QREN, mas para participar no sétimo programa-quadro da Comissão Europeia, a Inova+ tem de ter um papel mais pedagógico. "Há falta de conhecimento e há mitos de que é difícil participar e aceder aos fundos", explica Paula Galvão, directora do departamento de Cooperação Internacional da Inova+, esclarecendo que há várias redes que ajudam as empresas a participar. É preciso que as empresas queiram ir à procura da informação.

Daí que a taxa de participação de Portugal no sétimo programa-quadro não seja ainda satisfatória. "Tem vindo a aumentar progressivamente, mas ainda não é satisfatória", diz Miguel Sousa, director-geral da Inova+, explicando que, muitas vezes, os custos que representam a preparação de uma candidatura e as despesas associados acabam por demover os possíveis candidatos. Adianta que, no âmbito do QREN, foi criado um sistema de incentivos, precisamente para ajudar as empresas que se querem candidatar a projectos de inovação europeus a suportarem as despesas, mas que esse concurso ainda não se estreou. "Desde o início, em 2006, até 2009 perdemos três anos de participação europeia e o QREN não estimulou as empresas a participarem no sétimo Quadro", lamenta.

Só ou acompanhada?

Por experiência própria, João Melo, da Municipia, sabe que é difícil uma empresa avançar sozinha para concursos. A Municipa tentou fazê-lo por si própria, sem sucesso. "Procurámos ajuda de uma empresa especializada porque precisamos de estar concentrados na componente técnica e não nos podemos dispersar nas questões administrativas do processo", explica o responsável pela área de Sistemas de Informação, onde se integra o núcleo de investigação científica da Municipia.

EMPRESA

Municipia

Área de actividade: cartografia e sistemas de informação

Ano de criação: 1999

Nº de colaboradores: 50

Volume de negócios 2008: 3,5 milhões euros

Levar a tecnologia à cartografia

Os clientes da Municipia são, sobretudo, do sector público, autarquias à cabeça, ou não tivesse a empresa nascido de um núcleo de trabalhadores de uma autarquia. O fundador da empresa e actual presidente do conselho de administração, António Fernandes, era um dos elementos do gabinete de estudos da Câmara Municipal de Oeiras, que tinha em mãos um dos sistemas de informação geográfica mais desenvolvidos do país. Era por isso que muitas autarquias de outros pontos do país lhes vinham bater à porta. E foi aí que surgiu a ideia de criar a Municipia. Empresa de cartografia e sistemas de informação geográfica, faz da inovação uma palavra-chave do negócio. Investem não só em equipamento - em 2008 fizeram um investimento de um milhão de euros para a compra de uma câmara fotográfica digital que faz fotografia aérea - mas também na procura de produtos e serviços que correspondem às necessidades do mercado, explica João Melo, responsável pela área de Sistemas de Informação onde se integra o núcleo de investigação científica da empresa, um núcleo de investigação tecnológica criado em 2007 através da candidatura ao programa Nitec. Sabem que os programas de apoio são instrumentos importantes para avançar no caminho da inovação e estão agora a preparar a candidatura a um projecto europeu chamado Idelos, para criar uma infra-estrutura de dados espaciais de âmbito local para autarquias com base em "software" aberto. São os coordenadores deste projecto que conta com a participação, por exemplo, de uma universidade espanhola, duas PME da Hungria e uma autarquia da Holanda.

EMPRESA

Municipia

Área de actividade: cartografia e sistemas de informação

Ano de criação: 1999

Nº de colaboradores: 50

Volume de negócios 2008: 3,5 milhões euros

A Contactus é outra empresa de sistemas de informação com experiência ao nível de programas de inovação e, apesar de admitir as dificuldades ao nível do volume de informação necessária e da falta de registos históricos de alguns dados para a apresentação de candidaturas, reconhece uma série de vantagens. Entres estas, Rui Guerreiro, membro da equipa de gestão responsável pela estratégia de inovação, aponta "os contactos e ligações a empresas e instituições de países terceiros por via das candidaturas a programas comunitários que podem trazer mais-valias numa óptica de internacionalização da actividade."

Procurar informação e recorrer a ajuda externa não chega, segundo João Abrantes, da Microfil. "É preciso definir a própria estratégia de inovação e o próprio modelo de negócio e, depois, ir à procura dos incentivos adequados."

Da experiência de vários anos a ajudar empresas a concorrer a programas de inovação, a Inova+ acrescenta que "é preciso pensar a inovação como uma estratégia", segundo as palavras de Paula Galvão. O segredo está em não olhar para o financiamento como uma oportunidade isolada, mas em definir uma estratégia de inovação coerente com a estratégia geral da empresa, afirma. Se não há mais candidaturas aos programas europeus não é por falta de competências, acrescenta Miguel Sousa, o que não há é "massa crítica nacional para a submissão de propostas".

EMPRESA

Microfil

Área de actividade: Sistemas de Informação

Ano de criação: 1985

Nº de colaboradores: 70

Volume de negócios 2008: 4 milhões de euros

Inovar para sobreviver

A actividade que baptizou a Microfil, a microfilmagem, há muito que caiu em desuso. Mas, mais de 20 anos depois, a empresa continua a existir, o que prova a necessidade de inovar para sobreviver. Depois de várias fases, que foram da digitalização à gestão documental da imagem digital, a Microfil define-se hoje como uma empresa que desenvolve sistemas de informação à medida.

"É uma empresa pequena, com várias áreas de negócio que se completam de acordo com as necessidades dos clientes", define João Abrantes, assessor da administração com a responsabilidade pelas áreas de inovação e internacionalização. A empresa criou um gabinete de inovação, transformou-a numa estratégia transversal a toda a empresa e tem aproveitado vários programas. Na empresa trabalham três jovens que chegaram ao abrigo do programa Inov Jovem e têm apostado nos fundos comunitários. No âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) venceram uma candidatura no concurso "Núcleo de I&DT" e vão criar um departamento próprio para I&DT. Viram também ser aprovada a candidatura ao abrigo do concurso "Qualificação e Internacionalização", que lhes permitirá participar em feiras internacionais ou realizar missões empresariais ao estrangeiro, por exemplo. E já estão a pensar dar o passo para as candidaturas mais difíceis do sétimo Programa-Quadro da Comissão Europeia para a Inovação. A prova de que a aposta na inovação está a dar resultados é a "Plataforma Camões", o produto lançado este ano pela ministra da Educação em duas escolas-piloto e que permite uma integração entre o quadro interactivo, os computadores dos alunos, os computadores dos professores e arquivar aulas.

EMPRESA

Microfil

Área de actividade: Sistemas de Informação

Ano de criação: 1985

Nº de colaboradores: 70

Volume de negócios 2008: 4 milhões de euros

A actividade que baptizou a Microfil, a microfilmagem, há muito que caiu em desuso. Mas, mais de 20 anos depois, a empresa continua a existir, o que prova a necessidade de inovar para sobreviver. Depois de várias fases, que foram da digitalização à gestão documental da imagem digital, a Microfil define-se hoje como uma empresa que desenvolve sistemas de informação à medida.

Traçar uma estratégia, pensar em novos produtos e serviços, novos processos de produção ou em novas actividades de "marketing" e comunicação são formas de inovar que ganham importância numa altura de crise económica. "Num clima de recessão, valem a pena os gastos. A inovação tem de ser vista como um investimento que proporciona retorno no futuro", diz João Abrantes. "Se não fosse assim, a Microfil já tinha fechado."

E muitas empresas parecem já ter percebido que a saída passa pela inovação. Prova de que é assim, a Inova+ diz que 2008 foi o seu melhor ano de sempre: "Mostra a necessidade que as empresas têm de inovar o seu portfolio e de estarem mais bem preparadas.

EMPRESA

Contactus

Área de actividade: Tecnologias de Informação

Ano de criação: 1995

Nº de colaboradores: 24

Volume de negócios 2008: 1,17 milhõesn de euros

A aposta nos colaboradores

A experiência de trabalho na Administração Pública, desenvolvendo aplicações financeiras e de recursos humanos, fez despertar a atenção dos fundadores da Contactus para a necessidade de inovar ao nível dos sistemas de informação. Criaram a Contactus, em 1995, uma empresa de consultadoria em Sistemas de Informação que desenvolve soluções integradas para empresas na área das tecnologias da informação.

Tem clientes na Administração Pública, mas também nas telecomunicações, na banca e nos seguros e define a inovação como "a mola impulsionadora da evolução da empresa" pois tem permitido o desenvolvimento dos conhecimentos e capacidades dos colaboradores, o alargamento da base de produtos e serviços e, consequentemente, a satisfação e fidelização dos clientes, explica Rui Guerreiro, membro da equipa de gestão responsável pela estratégia de inovação Contactus. Criaram, por exemplo, o Laboratório de Ideias para fomentar a criatividade e o empreendedorismo dos colaboradores e até o desenvolvimento de projectos pessoais. Os programas de apoio à inovação têm sido um instrumento precioso. Já venceram duas candidaturas no âmbito do QREN, uma para criação de um Núcleo de I&DT e outra para a transformação do conhecimento e competências tecnológicas, adquiridas por via da investigação e desenvolvimento tecnológico (I&DT), em novos produtos com aceitação no mercado. Também avançaram para os concursos de nível europeu, mas aí ainda aguardam aprovação. Num caso, coordenam um projecto para a criação de um sistema de informação de suporte à medição e integração da responsabilidade social das organizações na sua actividade e noutro participam num consórcio que quer criar um novo sistema de alta segurança para dados sensíveis que circulem em redes públicas ou privadas, envolvendo "hardware" e "software".

EMPRESA

Contactus

Área de actividade: Tecnologias de Informação

Ano de criação: 1995

Nº de colaboradores: 24

Volume de negócios 2008: 1,17 milhõesn de euros

A experiência de trabalho na Administração Pública, desenvolvendo aplicações financeiras e de recursos humanos, fez despertar a atenção dos fundadores da Contactus para a necessidade de inovar ao nível dos sistemas de informação. Criaram a Contactus, em 1995, uma empresa de consultadoria em Sistemas de Informação que desenvolve soluções integradas para empresas na área das tecnologias da informação.

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