Aprender a "franchisar"
Bárbara Bordalo e Sá, Marisa Oliveira e Cristiana Resina encontram no franchising uma nova forma de dar rumo à sua vida. As primeiras empresárias compraram a marca já instalada "Loja do Condomínio" em Abril e já alcançaram a facturação prevista para...
Bárbara Bordalo e Sá e Marisa Oliveira dão a cara pela marca Loja do Condomínio. Cristiana Resina prepara-se para vender o seu nome pelo país fora. A uni-las está o conceito de franchising e todos podem aderir. Saiba tudo o que precisa para "franchisar" com sucesso.
Bárbara Bordalo e Sá, Marisa Oliveira e Cristiana Resina encontram no franchising uma nova forma de dar rumo à sua vida. As primeiras empresárias compraram a marca já instalada "Loja do Condomínio" em Abril e já alcançaram a facturação prevista para o final do ano, no final do Verão passado. A segunda empreendedora prepara-se para dispersar o seu nome de Norte a Sul do país. O que as une? Um modelo de negócio que serve tanto quem quer fazer um estabelecimento seu, como quem quer expandir o que já tem: o franchising.
De acordo com a informação disponível no sítio da Associação Portuguesa de Franchise (APF), este é um modelo de distribuição de produtos ou serviços, no qual estão envolvidos, pelo menos, dois níveis de pessoas: o franchisador, que cede a marca e o modelo de negócio e o franchisado, que através do pagamento de uma taxa inicial e/ou "royalties" (importância cobrada pelo proprietário de uma marca) mensais tem direito a realizar negócios sob o nome e sistema do primeiro.
Tudo começa com a abertura de uma só loja. Quando a actividade é bem sucedida, os proprietários abrem um segundo ou terceiro estabelecimento, contratando novos empregados.
Se quiser expandir ainda mais o seu negócio, pode optar por "franchisar" o nome da loja, abrindo o seu conceito a terceiros.
Antes de avançar para a compra de uma marca já existente, analise o percurso e a história da empresa franchisadora, bem como a capacidade de desenvolvimento da indústria. Um crescimento rápido nem sempre é garantia de sucesso a médio ou longo prazo.
A APF dispõe de um gabinete jurídico especializado, que pode apoiá-lo a adquirir ou a lançar o seu próprio franchise (contrato que liga ambas as partes). Procure saber quais as empresas com franchising disponíveis. Existem vários guias e directórios, bem como imprensa especializada, que podem ajudá-lo.
A Tormo & Asociados é uma das empresas onde pode procurar apoio. Em Portugal desde 2008, já participou na criação, implementação e desenvolvimento de projectos para mais de 800 empresas franchisadoras, ajudando mais de 2 mil pessoas a integrarem-se em redes de franchising.
"Os nossos serviços estão orientados para todas as empresas que desejam iniciar a sua expansão através do sistema de franchising, franchisadores a operar, novos franchisadores, e empreendedores que pretendem integrar redes de franquias", explica Cristina Leandro, administradora da Tormo & Asociados Portugal. O mercado português tem vindo a desenvolver este sector, onde já circulam mais de 500 marcas. "Apostamos fortemente na internacionalização das marcas, que podem contar com o nosso apoio em todos os países em que a Tormo & Associados está presente", acrescenta.
Conhecem-se há quase 20 anos, mas só há cerca de 6 meses realizaram um sonho antigo: ter um negócio conjunto. Foi assim que Bárbara Bordalo e Sá e Marisa Oliveira abriram a sua Loja do Condomínio São amigas há cerca de 18 anos e sempre disseram que um dia trabalhariam juntas. E até foi em contexto de trabalho, enquanto adolescentes, que se conheceram. Hoje, Bárbara Bordalo e Sá, 35 anos, e Marisa Oliveira, 32, são gestoras de condomínio da Loja de Condomínios de Mem Martins, no concelho de Sintra. A 30 de Abril deste ano inauguraram o espaço, que é das duas, e que é a concretização de um sonho. "Sempre dissemos que não haveríamos de chegar a velhotas sem abrirmos um negócio nosso", comenta Bárbara Bordalo e Sá. Antes de embarcarem num projecto só delas, passaram por outros sítios, mas foi na marca que ocupa o quinto lugar do "ranking" nacional disponibilizado pela Associação Portuguesa de Franchise, que encontraram a área em que queria trabalhar. Marisa Oliveira já tinha trabalhado na Loja de Condomínio de São Marcos, também em Sintra, de Fernando Oliveira, seu marido. "Tendo em conta a experiência do Fernando, que tem a loja em São Marcos, decidimos aproveitá-la e explorar este segmento de mercado", explica Bárbara Bordalo e Sá. A Loja do Condomínio surgiu em Junho de 2002, com a abertura de 4 unidades. Actualmente, está presente em mais de 85 pontos da Península Ibérica. No sítio oficial da marca, pode ler-se que a sua expansão rápida se deve à constatação de que a administração de condomínios é, cada vez mais, um serviço imprescindível. Em Abril de 2005, a marca concluiu o seu processo de Certificação de Sistema de Franchising, tendo sido a primeira portuguesa deste regime a ter o seu sistema certificado. Para adquirir a marca, os franchisados têm de pagar um Direito de Entrada de 17.220 euros, assinar um contrato de 5 anos e pagar "royalties" de 8 %. Bárbara Bordalo e Sá e Marisa Oliveira escolheram a Loja do Condomínio por ser "uma marca consistente". "Temos um apoio fantástico, eles estão sempre disponíveis para nos ajudarem, há muito rigor na marca, na imagem uniformizada. São mesmo visionários", comenta Bárbara Bordalo e Sá. Quando decidiram abrir a sua loja, foram a uma reunião na Franquiger, empresa que gere a marca Loja do Condomínio, na qual tiraram dúvidas e definiram a área de intervenção. "O processo foi rápido, foi o tempo de escolher a loja, iniciar as obras e proceder à inauguração", acrescenta. Quanto a algo que não tivesse corrido de acordo com as suas expectativas, Bárbara Bordalo e Sá explica que tal não existe. "Tudo correu de acordo com o esperado." E ainda bem. No Verão, atingiram os objectivos de facturação que tinham estabelecido para o final do ano, "o que é óptimo". "Temos poucos condomínios, mas boa facturação. Também somos selectivos com os condomínios que angariamos", explica. E juntam o "útil ao agradável": se Marisa Oliveira já tinha o "background" do que é trabalhar numa loja deste tipo, Bárbara Bordalo e Sá traz os conhecimentos da sua licenciatura em Antropologia, com vertente social, tirada no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa. "[A licenciatura] abre-nos o leque, depois o terreno é que nos forma", diz. Para que pudessem abrir a sua loja, ambas tiveram de fazer uma formação intensiva de nove dias em Gestão de Condomínios, que é dada pela franquia em parceria com a UAL - Universidade Autónoma de Lisboa. Mas o trabalho, esse, é feito em equipa. "Normalmente é o Master [dono da marca] que sugere os novos projectos, mas que coloca à disposição dos franchisados para que sejam votados. Acaba por haver um trabalho de equipa: o Master é que 'manda', mas quer saber qual o 'feedback' das lojas", explica. A quem se quer iniciar neste modelo de negócio, as jovens empreendedoras aconselham alguma cautela. "Analise bem o produto, visite algumas lojas e faça uma análise se efectivamente se identifica com a rede." Para o futuro, esperam que o negócio cresça cada vez mais de forma sustentada, atingindo a rentabilidade pretendida. Do trabalho, só dizem maravilhas. "Gostamos imenso do que fazemos, é sempre uma alegria aqui na loja", conclui Bárbara Bordalo e Sá. |
Bárbara Bordalo e Marisa Oliveira
Têm uma amizade que dura há 18 anos, mas só agora começaram a trabalhar juntas.
"Sempre dissemos que não haveríamos de chegar a velhotas sem abrir um negócio nosso", comentam.
Conhecem-se há quase 20 anos, mas só há cerca de 6 meses realizaram um sonho antigo: ter um negócio conjunto. Foi assim que Bárbara Bordalo e Sá e Marisa Oliveira abriram a sua Loja do Condomínio
São amigas há cerca de 18 anos e sempre disseram que um dia trabalhariam juntas. E até foi em contexto de trabalho, enquanto adolescentes, que se conheceram. Hoje, Bárbara Bordalo e Sá, 35 anos, e Marisa Oliveira, 32, são gestoras de condomínio da Loja de Condomínios de Mem Martins, no concelho de Sintra. A 30 de Abril deste ano inauguraram o espaço, que é das duas, e que é a concretização de um sonho. "Sempre dissemos que não haveríamos de chegar a velhotas sem abrirmos um negócio nosso", comenta Bárbara Bordalo e Sá.
Antes de embarcarem num projecto só delas, passaram por outros sítios, mas foi na marca que ocupa o quinto lugar do "ranking" nacional disponibilizado pela Associação Portuguesa de Franchise, que encontraram a área em que queria trabalhar. Marisa Oliveira já tinha trabalhado na Loja de Condomínio de São Marcos, também em Sintra, de Fernando Oliveira, seu marido. "Tendo em conta a experiência do Fernando, que tem a loja em São Marcos, decidimos aproveitá-la e explorar este segmento de mercado", explica Bárbara Bordalo e Sá.
A Loja do Condomínio surgiu em Junho de 2002, com a abertura de 4 unidades. Actualmente, está presente em mais de 85 pontos da Península Ibérica. No sítio oficial da marca, pode ler-se que a sua expansão rápida se deve à constatação de que a administração de condomínios é, cada vez mais, um serviço imprescindível. Em Abril de 2005, a marca concluiu o seu processo de Certificação de Sistema de Franchising, tendo sido a primeira portuguesa deste regime a ter o seu sistema certificado. Para adquirir a marca, os franchisados têm de pagar um Direito de Entrada de 17.220 euros, assinar um contrato de 5 anos e pagar "royalties" de 8 %. Bárbara Bordalo e Sá e Marisa Oliveira escolheram a Loja do Condomínio por ser "uma marca consistente". "Temos um apoio fantástico, eles estão sempre disponíveis para nos ajudarem, há muito rigor na marca, na imagem uniformizada. São mesmo visionários", comenta Bárbara Bordalo e Sá.
Quando decidiram abrir a sua loja, foram a uma reunião na Franquiger, empresa que gere a marca Loja do Condomínio, na qual tiraram dúvidas e definiram a área de intervenção. "O processo foi rápido, foi o tempo de escolher a loja, iniciar as obras e proceder à inauguração", acrescenta. Quanto a algo que não tivesse corrido de acordo com as suas expectativas, Bárbara Bordalo e Sá explica que tal não existe. "Tudo correu de acordo com o esperado." E ainda bem. No Verão, atingiram os objectivos de facturação que tinham estabelecido para o final do ano, "o que é óptimo". "Temos poucos condomínios, mas boa facturação. Também somos selectivos com os condomínios que angariamos", explica. E juntam o "útil ao agradável": se Marisa Oliveira já tinha o "background" do que é trabalhar numa loja deste tipo, Bárbara Bordalo e Sá traz os conhecimentos da sua licenciatura em Antropologia, com vertente social, tirada no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa. "[A licenciatura] abre-nos o leque, depois o terreno é que nos forma", diz.
Para que pudessem abrir a sua loja, ambas tiveram de fazer uma formação intensiva de nove dias em Gestão de Condomínios, que é dada pela franquia em parceria com a UAL - Universidade Autónoma de Lisboa. Mas o trabalho, esse, é feito em equipa. "Normalmente é o Master [dono da marca] que sugere os novos projectos, mas que coloca à disposição dos franchisados para que sejam votados. Acaba por haver um trabalho de equipa: o Master é que 'manda', mas quer saber qual o 'feedback' das lojas", explica.
É o empreendedor que contacta a empresa. Este deve saber quanto pode investir em capitais próprios, onde pode obter financiamentos adicionais, qual o tempo que deve investir em formação, que apoio é que o seu parceiro de negócio lhe dará e que assistência terá na procura, aquisição ou arrendamento e preparação da loja.
Quanto ao financiamento, esse depende da indústria e do tipo de negócio que quer operar. Os custos iniciais podem variar entre 5 mil e 100 mil euros, dependendo da marca seleccionada e do espaço para a loja. Além destes montantes, tem de contabilizar também as verbas de Direito de Entrada, uma taxa cobrada pelos franchisadores, que varia entre os 5 mil e os 20 mil euros. Se souber dar os passos certos e for honesto com as suas capacidades pessoais, minimizará grande parte do risco que existe na criação de um negócio, assegura Cristina Leandro. "Não é em vão que se considera que uma escolha acertada pressupõe 50% do sucesso do negócio."
Evite o amor à primeira vista
Ao constituir-se franchisado, conta logo com todo o "know-how" da marca, abrindo as portas a um negócio testado e com provas dadas. "É preciso conhecer o franchisador, a sua capacidade de inovação e desenvolvimento do conceito", diz Paulo Antunes, presidente da APF.
O apoio prestado aos franchisados é crucial, bem como a visita a unidades em funcionamento, falar com outros franchisados, conhecer a realidade "no terreno".
Quando ainda está a decidir que negócio vai abrir, evite o "amor à primeira vista": a empatia inicial pode ser muito importante, mas é preciso conhecer o que existe para lá do primeiro impacto. As decisões dó devem ser tomadas quando se tem conhecimento dos elementos necessários a uma análise mais cuidada. Saiba em que consiste o modelo de negócio e o apoio prestado pelo franchisado.
Tome nota Antes de adquirir um franchise, há factores que deve ter em conta. 1. Experiência Verifique se tem o tipo de experiência pessoal e profissional exigida pelo meio do negócio. 2. Conhecimento Conheça na perfeição o negócio que pensa adquirir. 3. Investimento Analise os sacrifícios pessoais e familiares, bem como a carga horária que é preciso investir no arranque e manutenção do negócio. 4. Franchisador Saiba quem é o franchisador, qual o seu histórico empresarial e a experiência profissional dos seus directores e cargos de topo. 5. Parceiros Verifique como corre o negócio dos outros franchisados da marca. 6. Financiamento Calcule que montante (capitais próprios e empréstimos bancários) vai precisar para entrar no franchise e que custos estão envolvidos na manutenção do negócio. 7. Produtos Certifique-se se existem produtos ou serviços que seja necessário comprar ao franchisador, por quem são fornecidos e em que condições. 8. Contrato Verifique os termos e condições sob as quais o contrato de franchising pode ser denunciado ou renovado. 9. Desistências Tente saber quantos franchisados deixaram a marca nos últimos 3 a 5 anos, em que condições e porquê. 10. Finanças Procure inteirar-se sobre o estado actual das finanças e tesouraria do franchisador e do seu sistema. |
Antes de adquirir um franchise, há factores que deve ter em conta.
1. Experiência
Verifique se tem o tipo de experiência pessoal e profissional exigida pelo meio do negócio.
2. Conhecimento
Conheça na perfeição o negócio que pensa adquirir.
3. Investimento
Analise os sacrifícios pessoais e familiares, bem como a carga horária que é preciso investir no arranque e manutenção do negócio.
4. Franchisador
Saiba quem é o franchisador, qual o seu histórico empresarial e a experiência profissional dos seus directores e cargos de topo.
5. Parceiros
Verifique como corre o negócio dos outros franchisados da marca.
6. Financiamento
Calcule que montante (capitais próprios e empréstimos bancários) vai precisar para entrar no franchise
e que custos estão envolvidos na manutenção do negócio.
7. Produtos
Certifique-se se existem produtos ou serviços que seja necessário comprar ao franchisador, por quem são fornecidos e em que condições.
8. Contrato
Verifique os termos e condições sob as quais o contrato de franchising pode ser denunciado ou renovado.
9. Desistências
Tente saber quantos franchisados deixaram a marca nos últimos 3 a 5 anos, em que condições e porquê.
10. Finanças
A contratação de um advogado especializado em franchising pode ajudá-lo a analisar o contrato antes de o assinar. Recorra também aos serviços de um contabilista, para que sejam previstas todas as despesas e as perspectivas de lucro.
Para os franchisadores, os conselhos são outros. Com este modelo de negócio, expande a sua marca rapidamente e com um investimento menor do que uma rede de unidades próprias.
"O franchising permite que possamos ter uma rede de lojas da nossa marca, mas com a possibilidade de cada uma ter o seu próprio dono. 'Franchisar' é permitir que outros possam usar a nossa fórmula de sucesso, aumentando também a competitividade das unidades próprias", explica Paulo Antunes.
Os franchisadores devem aconselhar-se junto de profissionais do sector, pois é importante que se saiba transmitir aos franchisados o "saber fazer". É preciso que reúna um conjunto de elementos de apoio, para que o seu franchising cresça com sustentabilidade, estudos de viabilidade, documentação de apresentação da marca, manuais de abertura de loja, manuais operativos, contratos de franquia (direito de uso da marca), entre outros.
"É na fórmula de negócio, na sustentabilidade do conceito, que vai residir o sucesso ou insucesso do projecto de franchising."
De tudo um poucoA área dos serviços é a mais expressiva do franchising em Portugal. Segundo os dados apurados pelo 14º censo efectuado pelo Instituto de Informação em Franchising, em 2008, 48,6% de todos os negócios desenvolvidos desta forma relacionavam-se com a oferta de serviços para empresas e particulares. Segue-se o comércio, que representa 43,2% da actividade e a restauração, com 8,3%. As áreas de gestão de condomínios, ginásios, serviços de consultoria financeira e de seguros, clínicas de estética e beleza e as empresas de arranjo de roupa e calçado ganharam terreno. Na verdade, quase todos os negócios podem ser franchisados.
A Associação Internacional de Franchise lista mais de 70 categorias diferentes, desde serviços de publicidade, agências de casamentos, inspecções automóveis, sistemas de segurança, aluguer de vídeo, de viaturas, serviços de limpeza ao domicílio, assistência informática, entre outros sectores.
Começou pelo cinema, mas desde sempre que gosta de pintar. Aberta a primeira loja, Cristiana Resina achou que tinha chegado a hora de "franchisar" a sua marca. A crise económica em que o país emergiu obrigou a que Cristiana Resina repensasse o seu negócio de decoração infantil e o direccionasse noutros sentidos. "Tivemos que nos adaptar", explica a designer de interiores infantis e juvenis, de 31 anos. Contudo, as diferenças não se notaram na facturação da loja, os artigos que passaram a ter maior procura é que mudaram. "Antes da crise, vendíamos muitos complementos que, apesar de darem um toque especial à decoração, não eram essenciais. Agora, vendem-se melhor artigos imprescindíveis, como os puxadores e os candeeiros de tecto", diz. Mas não foi através da decoração infantil e juvenil que a vida profissional de Cristiana Resina se iniciou. A licenciada em Ciências da Comunicação trabalhava numa produtora quando surgiu a oportunidade de colaborar com uma loja deste tipo. "A ideia era pintar telas para crianças que, de alguma forma, fossem diferentes do que existia no mercado. O certo é que correu bem!". Correu tão bem que em 2004 abriu a primeira loja em Telheiras, Lisboa, e em 2009 prepara-se para "franchisar" a marca que tem o seu nome. "Apesar de, na altura, ser uma área com pouca oferta de lojas, decidi arriscar e criar uma linha de acessórios com temas que, desde então, me têm acompanhado. Costumava assinar todas as peças e foi isso que me fez adoptar o meu nome como marca", comenta. Daí ao sucesso foi um passo. Descontente com a área de cinema, aberta a loja de Telheiras, que funcionava mais como um "showroom", Cristiana Resina achou que tinha chegou a altura de ter uma loja a tempo inteiro. Em 2006, foi para Campo de Ourique, onde comercializa os seus produtos, mas tem feito, desde então, revenda para outras marcas. Foi no início deste ano que decidiu deixar voar o seu nome pelo país fora. "Tínhamos chegado a uma fase em que fazia todo o sentido evoluirmos", explica. A ideia de abrir mais lojas foi a primeira a surgir. Mas como era essencial não perder o carácter pessoal e personalizado dos seus serviços, considerou logo que seria uma atitude arriscada. "Era impossível estar presente de igual forma em todas as lojas e corríamos o risco de perdermos o controlo sobre algumas delas", acrescenta a designer. Por isso, o franchising pareceu-lhe a forma mais natural e segura de garantir que o espírito da marca fosse mantido. O franchisado é responsável pelo negócio e tudo fará para que este funcione "Além disso, procuramos pessoas especiais, com um certo perfil, que se enquadrem na equipa que queremos formar." Criada a estrutura, é hora de passar à fase seguinte. "Quando ficou decidido que a marca seria franchisada, procurei o apoio de consultores especializados, de forma a tornar sustentável este projecto", adianta. Assim, Cristiana Resina sabe que é possível apresentar aos interessados estudos de viabilidade económica, um projecto muito bem organizado, manuais de apoio, entre outros aspectos. A fase de divulgação arrancou no mês passado e agora é altura de avaliar os candidatos. "Esta é a parte mais delicada, uma vez que só fará sentido trabalhar com pessoas que partilhem os nossos princípios", diz. E será este o melhor momento para "franchisar"? A resposta foi inevitável: "quanto mais sondávamos as pessoas em geral e estudávamos o comportamento dos nossos clientes em particular, mais acreditava que sim. É a altura certa." A recém franchisadora acredita que há muita gente desempregada, com grandes qualidades comerciais, bom gosto e espírito empreendedor, que precisa apenas de ter por onde começar. E o franchising traz essa vantagem. "Neste momento, os nossos objectivos passam por criarmos uma rede coesa, bem estruturada, onde a nossa imagem e princípios se mantém", explica. A marca Cristiana Resina procura ter um estilo próprio. Com uma imagem característica, tudo o que a loja fabrica é personalizado e feito no atelier da designer. "É raro repetirmos um tema. E, se o fizermos, procuramos sempre algo de único para aquele cliente. Um quarto deve ser tão especial como quem o utiliza", diz. Daqui para a frente, espera que todos os franchisados partilhem a visão da loja e trabalhem em conjunto. "Quando recebo e-mails de clientes dispersos pelo país a perguntarem qual é a melhor forma de verem e comprarem os nossos produtos, fico confiante de que esta foi a escolha certa." Quando entrar numa loja de decoração infantil onde pode tomar um chá, um café enquanto aguarda e com espaço para as crianças brincarem, sabe que entrou no mundo Cristiana Resina. |
Cristina Resina
Esta designer, de 31 anos vai 'franchisar' o negócio com o seu nome. Nas suas lojas de decoração infantil e juvenil pode beber um chá ou um café enquanto espera. E as crianças têm, naturalmente, um espaço para brincar.
Começou pelo cinema, mas desde sempre que gosta de pintar. Aberta a primeira loja, Cristiana Resina achou que tinha chegado a hora de "franchisar" a sua marca.
A crise económica em que o país emergiu obrigou a que Cristiana Resina repensasse o seu negócio de decoração infantil e o direccionasse noutros sentidos. "Tivemos que nos adaptar", explica a designer de interiores infantis e juvenis, de 31 anos. Contudo, as diferenças não se notaram na facturação da loja, os artigos que passaram a ter maior procura é que mudaram. "Antes da crise, vendíamos muitos complementos que, apesar de darem um toque especial à decoração, não eram essenciais. Agora, vendem-se melhor artigos imprescindíveis, como os puxadores e os candeeiros de tecto", diz.
Mas não foi através da decoração infantil e juvenil que a vida profissional de Cristiana Resina se iniciou. A licenciada em Ciências da Comunicação trabalhava numa produtora quando surgiu a oportunidade de colaborar com uma loja deste tipo. "A ideia era pintar telas para crianças que, de alguma forma, fossem diferentes do que existia no mercado. O certo é que correu bem!". Correu tão bem que em 2004 abriu a primeira loja em Telheiras, Lisboa, e em 2009 prepara-se para "franchisar" a marca que tem o seu nome. "Apesar de, na altura, ser uma área com pouca oferta de lojas, decidi arriscar e criar uma linha de acessórios com temas que, desde então, me têm acompanhado. Costumava assinar todas as peças e foi isso que me fez adoptar o meu nome como marca", comenta.
Daí ao sucesso foi um passo. Descontente com a área de cinema, aberta a loja de Telheiras, que funcionava mais como um "showroom", Cristiana Resina achou que tinha chegou a altura de ter uma loja a tempo inteiro.
Em 2006, foi para Campo de Ourique, onde comercializa os seus produtos, mas tem feito, desde então, revenda para outras marcas. Foi no início deste ano que decidiu deixar voar o seu nome pelo país fora. "Tínhamos chegado a uma fase em que fazia todo o sentido evoluirmos", explica. A ideia de abrir mais lojas foi a primeira a surgir. Mas como era essencial não perder o carácter pessoal e personalizado dos seus serviços, considerou logo que seria uma atitude arriscada. "Era impossível estar presente de igual forma em todas as lojas e corríamos o risco de perdermos o controlo sobre algumas delas", acrescenta a designer. Por isso, o franchising pareceu-lhe a forma mais natural e segura de garantir que o espírito da marca fosse mantido. O franchisado é responsável pelo negócio e tudo fará para que este funcione "Além disso, procuramos pessoas especiais, com um certo perfil, que se enquadrem na equipa que queremos formar."
Criada a estrutura, é hora de passar à fase seguinte. "Quando ficou decidido que a marca seria franchisada, procurei o apoio de consultores especializados, de forma a tornar sustentável este projecto", adianta. Assim, Cristiana Resina sabe que é possível apresentar aos interessados estudos de viabilidade económica, um projecto muito bem organizado, manuais de apoio, entre outros aspectos. A fase de divulgação arrancou no mês passado e agora é altura de avaliar os candidatos. "Esta é a parte mais delicada, uma vez que só fará sentido trabalhar com pessoas que partilhem os nossos princípios", diz. E será este o melhor momento para "franchisar"? A resposta foi inevitável: "quanto mais sondávamos as pessoas em geral e estudávamos o comportamento dos nossos clientes em particular, mais acreditava que sim. É a altura certa." A recém franchisadora acredita que há muita gente desempregada, com grandes qualidades comerciais, bom gosto e espírito empreendedor, que precisa apenas de ter por onde começar. E o franchising traz essa vantagem. "Neste momento, os nossos objectivos passam por criarmos uma rede coesa, bem estruturada, onde a nossa imagem e princípios se mantém", explica.
De acordo com os dados da APF, o franchising líder em Portugal é a cadeia de lavandarias 5àSec, com 264 estabelecimentos. Seguem-se as 255 lojas da marca Optivisão e as 206 agências da rede imobiliária RE/MAX. No quarto lugar do "ranking" surge a ERA Portugal com 180 lojas, também na área do imobiliário e seguida bem de perto pela MultiOpticas, que dá a cara a 175 estabelecimentos.
Os supermercados Intermarché marcam presença em 157 sítios e as agências da Halcon Viagens contam com 129 balcões. A cadeia de fast-food McDonald's soma 125 estabelecimentos. Nos últimos lugares do TOP 10 do franchising, encontra-se a Exchange, de consultadoria financeira, com 115 lojas, e a empresa de dietética Naturhouse, com 113. Na listagem nacional, o Grupo Optivisão é o líder, seguido da Exchange, dos ginásios Vivafit, da loja de acessórios de moda Parfois e da Loja do Condomínio.
As cadeias portuguesas com maior presença internacional são a marca de calçado Aerosoles (110 lojas), a loja de acessórios de moda Lune Bleu (67 lojas), a cadeia de pronto-a-vestir infantil Petit Patapon (61 lojas), a Parfois (47 lojas) a rede internacional de consultores especializados em processos de compra e venda de empresas NBB - National Business Brokers (33 lojas). Agora só falta escolher a sua marca e dar um novo rumo à sua vida.
FRANCHISING EM CINCO PASSOS Para ser um franchisado de sucesso exige-se que tenha capacidade de organização e de liderança. E não se esqueça de escolher a opção de que mais se adequa ao seu perfil. 1 Risco mínimo Para se tornar franchisado tem que estudar minuciosamente a existência dos riscos empresariais ligados ao negócio. Escolha as redes que melhor se adaptam ao seu perfil. É um caminho que deve ser percorrido sem sobressaltos. 2 Não basta querer ser franchisado, há que reunir as qualidades mínimas: capacidade de organização, liderança, motivação e perseverança. Por isso, avalie as suas capacidades e a disponibilidade que tem para seguir as regras de trabalho estipuladas pela marca. Nesta avaliação, não descure a componente financeira, essencial para pôr em prática os seus objectivos. 3 Seleccione a opção de franchising que melhor se adequa ao seu perfil e à sua capacidade financeira. Actualmente, operam em Portugal mais de 500 redes, pelo que é conveniente verificar quais os sectores com que tem maior afinidade, maior experiência prévia ou os que estejam em maior desenvolvimento no mercado. Depois desta selecção, conheça cada opção e reúna a informação necessária. 4 Reunida a informação necessária, chega à fase de avaliação e negociação com a sede. Tem de estudar a viabilidade económica da franquia, através da constituição de um dossier financeiro. A análise de custos e as possibilidades de exploração terão que ser avaliadas com cuidado, para evitar surpresas desagradáveis depois de embarcar no projecto. 5 É importante que converse com outros franchisados, que analise a concorrência, o contrato de franchising e que confirme toda a informação que tem. Se estiver seguro que o negócio se adapta às suas capacidades económicas e pessoais, só lhe resta assinar o contrato de franquia. Este deve regular clara e inequivocamente os direitos e as obrigações das partes interessadas, durante a vigência da relação. |
Para ser um franchisado de sucesso exige-se que tenha capacidade de organização e de liderança. E não se esqueça de escolher a opção de que mais se adequa ao seu perfil.
1 Risco mínimo
Para se tornar franchisado tem que estudar minuciosamente a existência dos riscos empresariais ligados ao negócio. Escolha as redes que melhor se adaptam ao seu perfil. É um caminho que deve ser percorrido sem sobressaltos.
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Não basta querer ser franchisado, há que reunir as qualidades mínimas: capacidade de organização, liderança, motivação e perseverança. Por isso, avalie as suas capacidades e a disponibilidade que tem para seguir as regras de trabalho estipuladas pela marca. Nesta avaliação, não descure a componente financeira, essencial para pôr em prática os seus objectivos.
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Seleccione a opção de franchising que melhor se adequa ao seu perfil e à sua capacidade financeira. Actualmente, operam em Portugal mais de 500 redes, pelo que é conveniente verificar quais os sectores com que tem maior afinidade, maior experiência prévia ou os que estejam em maior desenvolvimento no mercado. Depois desta selecção, conheça cada opção e reúna a informação necessária.
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Reunida a informação necessária, chega à fase de avaliação e negociação com a sede. Tem de estudar a viabilidade económica da franquia, através da constituição de um dossier financeiro. A análise de custos e as possibilidades de exploração terão que ser avaliadas com cuidado, para evitar surpresas desagradáveis depois de embarcar no projecto.
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