Empreendedores de sucesso têm de "passar conhecimentos"

Simon Schaefer, empreendedor e “business angel” alemão, é o líder da Startup Portugal. Defende que os empreendedores nacionais bem-sucedidos têm “passar os seus conhecimentos aos que estão à sua volta”.
Bruno Simão
Ana Laranjeiro 26 de Maio de 2017 às 00:01

Há alguns meses chegou a Portugal Simon Schaefer, empreendedor e "business angel" alemão. Na mala trazia a missão de liderar a Startup Portugal, "uma start-up à volta dos empreendedores". Uma "start-up" que é uma associação privada que tem como objectivo implementar a estratégia de empreendedorismo. Ao Negócios conta que quer fazer "a mediação entre dois mundos". Quer ajudar a que as necessidades dos empreendedores possam chegar ao governo "de forma a que as entenda" e possa actuar.

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Simon Schaefer identificou quatro pilares, os quais queria trabalhar em Portugal esperando ver alguns resultados em cerca de dois anos. "Um pilar importante para mim, provavelmente o mais importante, é o dos empreendedores que são bem-sucedidos aqui e agora. Os empreendedores que são bem-sucedidos são os únicos que frequentemente, num país que não está totalmente focado em start-ups, sabem como é que se faz. Estes empreendedores têm de assumir responsabilidades pelos estreantes que estão à volta", explica.

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CEO da Startup Portugal

"Estes empreendedores bem-sucedidos continuam a gerir as suas empresas mas conseguiram levantar dinheiro junto de capitais de risco internacionais, conseguiram dar os passos cruciais para passarem à fase seguinte. Acho que isso é uma responsabilidade enorme destas pessoas: passarem os seus conhecimentos para os empreendedores que estão à sua volta e impulsioná-los. Isso foi uma das coisas que aconteceu em Berlim e foi realmente importante", acrescentou.

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O segundo foco está relacionado com a atracção de empresas tecnológicas estrangeiras e de "unidades de inovação de grandes empresas porque criam um efeito de arrasto".

No início deste mês, a construtora automóvel Mercedes-Benz abriu em Lisboa o primeiro centro de competências digitais, para o qual pretende contratar 125 talentos até 2018. Questionado se outros projectos poderiam vir para Portugal, o CEO da Startup Portugal não avançou no assunto, admitindo apenas que já falou "com algumas grandes empresas".

O terceiro pilar está ligado ao financiamento. "Fazer com que as pessoas venham cá, vejam que tipo de negócios e que tipo de cultura empreendedora existe. Isso é uma coisa que o Web Summit faz melhor do que eu alguma vez poderia fazer", no entanto não descarta a sua responsabilidade neste pilar e, por isso, diz acreditar que "talvez, haja mais formas".

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Por fim, a última questão é o ambiente empresarial local. Ou seja, conseguir que as grandes empresas possam embarcar na inovação. "É um processo longo conseguir que algumas empresas inovem e que entrem a bordo. Essa é uma das coisas em que acho que precisamos de criar muita exposição".

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