Ações da Intel caem 5% após anúncio dos resultados. "Acabaram-se os cheques em branco", avisa CEO

Apesar de a Intel até ter superado as expectativas dos analistas nas receitas – a empresa faturou 12,9 mil milhões de dólares no segundo trimestre, acima do consenso de 11,97 mil milhões de dólares –, os mercados parecem ter dúvidas quanto ao futuro da empresa. O fator que acabou por pesar mais foi a divulgação de que a empresa perdeu dez cêntimos por ação (earnings per share, EPS), quando a estimativa era de apenas um cêntimo.

Isto porque apesar de também ter apresentado um "outlook" mais positivo do que o esperado – a faturação vai ficar entre os 12,6 mil milhões e os 13,6 mil milhões de dólares no terceiro trimestre, quando o consenso era de 12,66 mil milhões –, há outros sinais na empresa que não estão a passar confiança aos mercados.

Por um lado, a redução em curso de quase 15 mil trabalhadores, com a empresa a antecipar terminar o ano com 75 mil funcionários, o que representará uma redução de 22% em comparação com o final de 2024. Por outro, o anúncio por parte de Lip-Bu Tan, presidente executivo (CEO) da Intel, de que a tecnológica colocou em pausa os projetos de construção de fábricas na Alemanha e na Polónia, acabou por também ter impacto. Segundo o CEO, a Intel investiu "demasiado e demasiado cedo", numa referência às apostas que a empresa preparava, mas que não tinham, obrigatoriamente, uma procura garantida de clientes.

"Acabaram-se os cheques em branco", escreveu o CEO numa nota enviada aos funcionários, citado pela Reuters. "Cada investimento tem de fazer sentido economicamente. Vamos construir aquilo que os nossos clientes precisam, quando precisam e vamos ganhar a sua confiança através de uma execução consistente", acrescentou.