Brainr de Leiria levanta até 11 milhões para construir cérebro digital das fábricas alimentares
A indústria alimentar é das menos digitalizadas do mundo, com as fábricas ainda a dependerem de papel, folhas de Excel e processos manuais, dando origem a elevados níveis de desperdício, assim como rastreabilidade e segurança alimentar comprometidas.
Detetada a oportunidade de negócio, a Brainr mostrava-se ao mundo em novembro de 2023, na Web Summit, com uma solução de software que, garante a tecnológica de Leiria, “liga todas as áreas da fábrica em tempo real, elimina erros, melhora o rendimento e a rastreabilidade”.
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Menos de dois anos depois, o software da Brainr, afiança, gere mais de 25% de toda a produção de carne em Portugal, dando como exemplo, entre outros, o impacto da sua solução na Avisabor, de Estarreja, que “escalou de 40 mil para 190 mil frangos por dia, sem arriscar perder o controlo das operações, e reduzindo em mais de 95% os erros de expedição”.
Mas a Brainr não quer apenas transformar fábricas de carne. Quer “acelerar a digitalização de toda a indústria alimentar e mostrar que Portugal pode estar na linha da frente deste movimento global”.
Nesse sentido, acaba de fechar uma ronda de investimento que pode atingir os 11 milhões de euros, liderado pelo fundo de capital de risco C2 Capital Partners.
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“Trata-se do maior ‘seed round’ alguma vez realizado em Portugal, superando o anterior recorde em cerca de meio milhão de euros”, realça a Brainr, em comunicado.
Com este investimento, a Brainr pretende crescer internacionalmente e preparar a expansão para outros setores alimentares, como os de pescado, panificação, confeitaria, bebidas e produtos alimentares em geral.
A equipa da Brainr também vai crescer. “Somos atualmente 24 pessoas e prevemos contratar 75 ao longo dos próximos 12 meses”, adiantou ao Negócios fonte oficial da empresa fundada por Paulo Gaspar (CEO), Rui Batista (COO) e Ricardo Granada (CTO).
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Para Paulo Gaspar, trata-se de um "investimento histórico que marca o início de uma nova era para a Brainr. Com ele vamos acelerar os nossos investimentos em I&D e democratizar a inteligência artificial para toda a indústria alimentar - da fábrica mais pequena à maior - criando um cérebro digital inteligente que elimina erros, guia os operadores no seu trabalho, e aumenta a eficiência e rastreabilidade de todas as operações”, assegura o CEO da tecnológica leiriense.
André Oliveira, “managing partner” da C2 Capital Partners, realça que “a Brainr conta com uma equipa de pessoas altamente capazes e conhecedoras do setor, que conseguem transformar as operações, simplificando e otimizando o dia a dia das fábricas”, pelo que, defende, “tem tudo para liderar a digitalização da indústria alimentar”.
Já Duarte Diniz, “investment senior analyst” da C2 Capital Partners e responsável pela operação, enfatiza que, “com uma equipa que alia experiência empresarial e conhecimento profundo do setor, a Brainr procura simplificar o dia a dia dos operadores nas fábricas”, apontando que a “ tecnologia que usa concretiza o que o ‘smart manufacturing’ há anos promete, mas que a indústria alimentar ainda não tinha conseguido materializar”.
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“Tudo para que as equipas possam concentrar-se em produzir com rigor e eficiência”, remata Duarte Diniz.
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