Explosão de estrela captada pela primeira vez pela sonda Kepler

A sonda Kepler, da NASA, registou pela primeira vez o "flash" da onda de choque da explosão de uma estrela, fenómeno que os astrónomos chamam de "shock breakout" de uma supernova.
Explosão de estrela captada pela primeira vez pela sonda Kepler
André Vinagre 24 de Março de 2016 às 17:00

A onda de choque provocada pela explosão de uma estrela moribunda foi captada pela primeira vez pelos astrónomos, anunciou a NASA na segunda-feira, 21 de Março. A responsável foi a sonda Kepler, que foi capaz de observar a parte da luz que era visível da estrela que era 500 vezes maior que o nosso sol.

 

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Peter Garnavich, membro da missão Kepler e astrofísico na Universidade de Notre Dame, no Indiana, Estados Unidos da América, refere no site da NASA que "para se ver o que acontece numa escala de minutos, temos de monitorizar constantemente o céu. Nunca sabemos quando é que uma supernova vai explodir e a vigilância do Kepler permitiu-nos ser testemunhas da explosão".

 

A NASA explica que quando o interior da estrela não consegue suster as fusões nucleares, o seu interior colapsa devido à gravidade. Depois, a onda de choque da implosão sobe através das camadas da estrela até à superfície visível. Apenas 20 minutos depois, a força da explosão despedaça a estrela, dando origem a um novo corpo celeste (supernova).

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A estrela em questão, KSN 2011d, localiza-se a 1,2 mil milhões de anos-luz da Terra e o Kepler conseguiu apanhar o "flash" inicial e a explosão posterior. A NASA usou o Kepler para capturar e analisar a luz de 500 galáxias a cada 30 minutos durante os últimos três anos.

 

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A equipa responsável por este feito observou duas supergigantes vermelhas (a KSN 2011a e a KSN 2011d) na tentativa de captar o início de uma supernova. A KSN 2011a não apresentou o choque desejado, enquanto a KSN 2011d permitiu aos astrónomos capturar o evento desejado.

Não há imagens do evento, mas a NASA criou um vídeo para ilustrar o que o Kepler registou, mostrando uma supergigante vermelha momentos antes de o seu núcleo ruir.

A importância deste fenómeno para a NASA prende-se com o facto de ser um dos responsáveis por muitos dos químicos complexos espalhados pelo cosmos. Estas explosões enviam vários elementos em todas as direcções, que acabam por aterrar em estrelas e planetas. Steve Howell, membro do projecto Kepler, diz mesmo que "toda a prata, níquel e cobre na Terra vieram de explosões de estrelas moribundas".

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A missão Kepler, iniciada em Março de 2009, serve especificamente para explorar a região da Via Láctea para descobrir corpos celestes do tamanho da Terra ou mais pequenos potencialmente habitáveis e determinar a fracção das centenas de milhões de estrelas na nossa galáxia que possam ter planetas deste tipo.

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