Uber aumenta prejuízos no terceiro trimestre
O terceiro trimestre do ano, para a Uber, não terá sido positivo. De acordo com fontes da Bloomberg, de Julho a Setembro os prejuízos da empresa que tem uma plataforma de partilha de viagens aumentaram face aos três meses anteriores.
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No terceiro trimestre os prejuízos líquidos ascenderam a 1,46 mil milhões de dólares (mais de 1,3 mil milhões de euros), quando no trimestre anterior o resultado líquido foi negativo em 1,1 mil milhões de dólares. Segundo a agência de informação, a empresa revelou estes números aos accionistas como parte da proposta formal do consórcio liderado pelo nipónico SoftBank para a aquisição de uma participação na empresa.
Já ontem tinha sido noticiado que este consórcio pretendia gastar 6 mil milhões de dólares para comprar uma participação que ronda os 14% da empresa. Com este investimento, a Uber fica com uma avaliação na casa dos 48 mil milhões de dólares, o que fica cerca de 30% abaixo da avaliação que tinha aquando do levantamento da última ronda de investimento.
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Entretanto, num comunicado enviado por email e citado pela Bloomberg, o SoftBank faz saber que há, pelo menos, dois dos financiadores iniciais da Uber que estão disponíveis para vender as suas posições.
Uma porta-voz do SoftBank disse mesmo que o grupo japonês "e a Dragoneer receberam indicações da Benchmark, Menlo Ventures e outros investidores de que pretendem vender acções numa oferta de aquisição". "Qualquer venda por parte destes accionistas vai ser conforme os mesmos termos e condições que vão ser oferecidas a todos os outros titulares elegíveis que participam na oferta de aquisição", acrescentou.
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2017: ano de escândalos, trocas de cadeiras e perda de licenças
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Para a Uber, este ano de 2017 talvez não vá ser recordado com saudade. A empresa fundada por Travis Kalanick fez correr muita tinta nos jornais. E nem sempre pelos bons motivos.
Logo no início do ano, em Janeiro, a Uber viu-se envolvida em polémica. Os taxistas no aeroporto nova-iorquino JFK contestavam uma ordem executiva de Trump, que proibia a entrada de cidadãos de sete países maioritariamente muçulmanos em território norte-americano. A Uber anunciou pouco depois do fim da paragem dos taxistas que tinha desligado a função que aumenta o preço em alturas de elevada procura, o que levou várias pessoas a consideraram que a posição da Uber reflectia uma tentativa de atrair mais oportunidades de negócio.
Em Fevereiro, uma antiga engenheira da Uber, Susan Fowler, denunciou publicamente que o seu chefe a tinha assediado sexualmente. A queixa aos recursos humanos da companhia não deu em nada, pois o gestor em causa tinha excelentes resultados. As denúncias de Susan Fowler levaram outros empregados da Uber a avançar com queixas contra a empresa, sobretudo por discriminação. Há também relatos de que as tentativas para diversificar a força de trabalho da Uber foram travadas pelo próprio Kalanick e várias outras notícias que mostram que a empresa discriminava vários dos seus trabalhadores.
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Alguns meses depois, em meados de Junho Kalanick anunciava que ia deixar a Uber por tempo indeterminado, e com uma licença sem vencimento. Na altura, a companhia enfrentava também um processo judicial da casa-mãe da Google, a Alphabet, por alegado roubo de informações sobre a produção de carros autónomos; investigações às suas operações de negócios; e depois de ter admitido a retenção, ao longo de mais de dois anos, de dezenas de milhões de dólares pertencentes a condutores seus em Nova Iorque.
Poucos dias depois, Travis Kalanick demitiu-se do cargo de CEO da Uber, por pressão dos accionistas. No final de Agosto e depois de vários nomes terem surgido na imprensa como possíveis candidatos à liderança da Uber, o escolhido para sucessor de Kalanick foi Dara Khosrowshahi, até então líder do site de viagens Expedia.
Menos de um mês depois desta escolha, o novo CEO da Uber enfrentava já novos problemas. Desta vez na Europa. As autoridades britânicas decidiram não renovar a licença da Uber para operar na capital britânica. A licença que a Uber tinha na altura estava válida apenas até ao final de Setembro, mas como a empresa interpôs recurso pode continuar as operações em Londres até que esses recursos estejam esgotados. Uma batalha legal que ainda não terminou.
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