Dona do ChatGPT compromete-se com acordo de 256 mil milhões com Oracle
Contrato tinha sido revelado no início do verão, mas valor só agora é conhecido. Negócio avança em 2027 e receitas futuras são alavancadas por este acordo entre tecnológicas.
A dona do ChatGPT continua a impulsionar negócios, desta vez o da Oracle. As tecnológias assinaram um contrato de computação de cinco anos, cujo valor ascende a 300 mil milhões de dólares (256,8 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual), segundo o The Wall Street Journal.
Este é um dos negócios de "cloud" mais caros da história, mas reflete a escala que a Inteligência Artificial tem vindo a ganhar nos últimos anos, especialmente desde o lançamento da ferramenta conhecida como ChatGPT. Os gastos com os "data centers" também têm subido à boleia deste frenesim, com várias tecnológicas a quererem colocar-se na linha da frente, mesmo em sobreaviso sobre a possibilidade de uma bolha em ponto de ebulição.
O contrato exige 4,5 gigawatts de capacidade energética, algo comparável com a eletricidade consumida por quatro milhões de habitações, de acordo com a publicação.
Ainda assim, este contrato firmado entre as companhias de Sam Altman e Larry Ellison só arranca em 2027, estando a ser apelidado como uma aposta arriscada entre os dois parceiros. A razão? A OpenAI gera perto de 10 mil milhões de dólares em receita anual, um valor bastante inferior aos 60 mil milhões que terá de pagar todos os anos à Oracle, sendo que a tecnológica de Ellison está a ser acusada de depositar a maioria da sua receita futura num único cliente, existindo a possibilidade de endividamento.
Este contrato já tinha sido anunciado em julho, embora o valor nunca tenha sido divulgado. No início do verão, a Oracle assumiu que assinou um acordo de serviço de "cloud" que iria render mais de 30 mil milhões de dólares em receita anual a partir de 2027.
A Oracle disparou ontem em Wall Street, depois de reportar obrigações de desempenho pendentes - uma métrica para receitas futuras - de 455 mil milhões de dólares, admitindo ser um sinal de perspetivas elevadas para o futuro, uma vez que os resultados do segundo trimestre ficaram abaixo das expectativas dos analistas.
A tecnológica fundada por Larry Ellison viu as suas ações pularem 35,95% em Wall Street até aos 328,33 dólares na sessão de quarta-feira, depois do anúncio das receitas impulsionar a procura. Desta forma, a Oracle terminou o dia com uma capitalização superior a 922 mil milhões de dólares e Ellison, que detém 40% da tecnológica, viu a sua fortuna subir 88,5 mil milhões de dólares num único dia, levando-o a ser, ainda que momentaneamente, o homem mais rico do mundo. Esta quinta-feira, a Oracle corrige parte dos ganhos, cendendo 5,77% para 309,69 euros.
Mais lidas