pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Europa fica para trás na maioria das tecnologias transversais

Com a tecnologia a marcar presença em cada vez mais setores e indústrias, a Europa consegue liderar só em duas tecnologias transversais. Caso não haja melhorias, as empresas europeias podem perder entre 2 a 4 biliões de dólares por ano até 2040.

tecnologias, inteligência artificial
tecnologias, inteligência artificial Steve Marcus/Reuters
04 de Maio de 2022 às 06:00
  • Partilhar artigo
  • ...

A pouco e pouco, a tecnologia foi consolidando presença em praticamente todos os setores de atividade. Prova disso é o facto de tecnologias como a "cloud", inteligência artificial (IA) ou a automatização de processos serem já uma realidade em diversas empresas. Mas, de acordo com um estudo feito pela consultora McKinsey, a Europa não está a conseguir acompanhar o ritmo de outras potências globais, como os EUA ou a China, no que diz respeito a estas tecnologias transversais.

De um total de dez tecnologias que são vistas como transversais a várias indústrias e que prometem ser relevantes no desempenho futuro e para a prosperidade, a Europa consegue liderar apenas em duas delas, conclui o estudo, intitulado "Securing Europe’s future beyond energy: addresing its corporate and technology gap" (como assegurar o futuro da Europa para lá da energia,  abordando a falha na área corporativa e tecnológica, em tradução livre). Segundo estes dados, a Europa consegue liderar na área dos materiais de próxima geração (nanomateriais ou semicondutores, por exemplo) e no futuro da "cleantech", onde são incluídos temas como as energias renováveis  ou os veículos elétricos.

Em sentido contrário, a posição relativa da Europa é mais frágil em temas como o futuro da programação, inteligência artificial aplicada ou ainda em infraestrutura distribuída, onde se inclui a "cloud" ou o "edge computing". A Europa também apresenta uma posição mais frágil no que diz respeito à computação quântica.

O estudo da consultora defende que, caso não haja um esforço  por parte da Europa para acompanhar países como os EUA ou a China, "não está apenas em risco o desempenho das empresas europeias, mas também a mestria tecnológica, crescimento económico e prosperidade".

As contas da McKinsey referem que, caso  não melhore este desempenho nas tecnologias transversais, as empresas europeias podem vir a perder uma oportunidade de valor acrescentado entre 2 a 4 biliões de dólares (equivalente ao trillion norte-americano) por ano até 2040.

Os dados revelam que, no caso das oito tecnologias em que a Europa está a perder terreno, pode estar em cheque um  valor global entre 8 a 21 biliões de dólares. "Tendo em conta que o  peso da Europa (a sua atual fatia do PIB global) seria de 23%, isso é o equivalente a um valor entre 2 a 5 biliões de dólares em risco", estima a consultora.

Este estudo recorda que, entre 2014 e 2019, as grandes empresas europeias não só viram as receitas aumentar 40% mais lentamente do que as  norte-americanas, mas também investiram menos 8% e gastaram 40% menos em investigação e desenvolvimento. "Se as empresas quiserem jogar à escala e velocidade necessárias para competir num mundo em que a rutura tecnológica se está a disseminar por todo o lado, os decisores terão de reavaliar o ‘status quo’ e fazer novos compromissos", diz Duarte Braga, sócio senior e Office Manager dos escritórios da McKinsey na Península Ibérica. 

Ver comentários
Publicidade
C•Studio