Tarifas de Trump podem custar até 1,1 mil milhões à Apple no quarto trimestre
Mais de 40% da produção do iPhone é feita na China e as tarifas não vão dar tréguas à fabricante do iPhone. A Apple já está a pensar no novo modelo (e consequente preço) e como vai mitigar taxas.

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As vendas de iPhones subiram no terceiro trimestre fiscal, entre abril e junho, beneficiando dos sucessivos avisos das tarifas contra a China. Mas as previsões da tecnológica para o atual trimestre, que termina em setembro e encerra o ano fiscal da Apple, estimam que as tarifas vão pesar bastante nas contas.
As tarifas de Donald Trump custaram 800 milhões de dólares (692 milhões de euros) só neste último trimestre e a perspetiva é que o custo aumente para 1,1 mil milhões (950 milhões de euros) no último trimestre.
O aviso veio do CEO da Apple, Tim Cook, uma vez que o principal local de produção está na China, apesar da tentativa de diversificação nos últimos meses. A mudança de local de produção pode também não ajudar a eliminar custos de tarifas, uma vez que o presidente dos Estados Unidos (EUA) tem acrescentado cada vez mais países à sua lista.
Ainda assim, foram precisamente as tarifas e avisos de uma subida vertiginosa do preço dos produtos, especialmente o iPhone, que levaram a um aumento de vendas na primavera, na ordem dos 13,5%, sendo este o maior acréscimo em quase quatro anos.
Nos três meses em análise, a empresa de Cupertino viu as vendas do seu produto mais vendido atingir os 38,6 mil milhões de euros, superando as expectativas dos analistas. Tim Cook revelou ainda que o iPhone atingiu a marca de três mil milhões de unidades vendidas no mundo no ano em que chega à maioridade.
De recordar que, no auge da guerra comercial entre os EUA e a China, em abril, muitos analistas tremiam com o facto do iPhone poder encarecer até aos dois mil dólares apenas no mercado norte-americano. O consumidor final poderia pagar, segundo as contas da UBS, pagar mais 350 dólares por um modelo "premium" do último iPhone em comercialização.
Embora a empresa só se pronuncie sobre os preços no momento do lançamento - o iPhone 17 será apresentado já em setembro -, os analistas estimam um aumento de preço mais contido. De facto, o analista Edison Lee da Jefferies acredita que a Apple vai aumentar os preços entre 4% e 5%, que dará algo como 50 dólares, um valor muito mais simpático do que os 350 dólares calculados em abril.
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