Altice Labs lidera projeto europeu com tecnologia quântica para a Defesa

O projeto Discretion, que envolve tecnologia quântica, foi concluído. A Altice Labs, em conjunto com a Deimos Engenharia, Adyta, Instituto de Telecomunicações da Universidade de Aveiro e Instituto Superior Técnico, desenvolveu uma rede de comunicações quânticas que se insere num projeto europeu de defesa. O objetivo é reforçar a segurança das redes militares contra ameaças.

O Discretion arrancou em 2021 e foi agora concluído, depois de um investimento total superior a 6,7 milhões de euros, cofinanciado pela Comissão Europeia, Portugal e parceiros privados. À Altice Labs calhou um investimento de 344.625 euros.

Este projeto insere-se ao abrigo do programa European Defence Industrial Development Programme (EDIDP) e do Fundo Europeu de Defesa. 

"O contributo da Altice Labs traduziu-se no desenvolvimento de uma rede definida por software, aplicada à gestão e controlo de rádios táticos em ambientes de elevada exigência, de forma a assegurar comunicações seguras", indica a empresa em comunicado. Esta solução portuguesa recorre "a distribuição quântica de chaves, uma tecnologia disruptiva que protege as comunicações contra ameaças atuais e futuras, incluindo as da era pós-quântica". 

Liderado por Portugal, e desenvolvido exclusivamente com recurso a tecnologia portuguesa, o projeto "propôs-se à edificação de dois sistemas inovadores, essenciais para a soberania nacional em matéria de segurança cibernética e criptográfica". Ou seja, o grupo criou uma máquina de cifra nacional, possibilitando a distribuição das chaves, e nós quânticos.

O projeto integra-se nas prioridades da Comissão Europeia em matéria de cibersegurança e autonomia estratégica e contou com a colaboração de vários parceiros europeus, nomeadamente de Espanha, Itália e Áustria, que faziam parte do consórcio liderado e coordenado pelas instituições nacionais.

Inclusivamente, a tecnologia do Discretion já foi demonstrada em Portugal e em Espanha, sendo que recebeu, no início de julho, o Prémio Nacional de Inovação na categoria de Cibersegurança, entregue à Deimos. 

Dos outros Estados-membros, a Telefónica, a Universidad Politécnica de Madrid, a italiana Nextworks e o Austrian Institute of Technology também colaboraram com o projeto desenvolvido com tecnologia lusa.