CTT: "Queremos estar expostos a novos mercados. Parcerias colocam-nos no ponto ideal"
"Este é apenas o início de uma nova jornada". O CEO dos CTT está confiante no que a aquisição da Cacesa e o negócio de "joint-venture" da DHL vão trazer ao grupo, principalmente a nível ibérico, mas os mercados internacionais não ficam de fora.
João Bento lembra, no evento do Capital Markets Day 2025, que a empresa "cresceu acima do mercado". "Éramos pequenos em Espanha, hoje a Ibéria é o quarto maior mercado da Europa em termos de parcelas, atrás de Itália, França, Alemanha e Reino Unido", disse o CEO, adiantando que o objetivo passa por marcar o passo no próximo triénio.
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As aquisições da Cacesa e DHL, com a primeira já totalmente integrada na operação, colocam os CTT expostos a mais mercados, com o CEO a considerar a expansão como positiva. "Quisemos estar mais expostos a outros mercados, isso faz-nos bem e impulsiona-nos para crescer", acrescentando que o negócio para o consumidor individual (B2C) tem vindo a destacar-se.
"Aumentámos o 'market share' em Portugal, passando de 40% para 45%, e em Espanha quase duplicámos, de 5% para 9%. O custo diminuiu nos dois mercados. Estamos assistir a um ciclo virtuoso entre a escala e a competitividade", disse João Bento à plateia de analistas, reforçando o "market share de 12% em toda a Península Ibérica".
E como é que os CTT podem escalar os mercados? O CEO do grupo admite que o segmento de "e-commerce" vai continuar a acelerar e que a presença da DHL nos mercados internacionais vai permitir expandir a operação dos Correios. "O B2C vai ultrapassar o tradicional B2B [Business to Business] nos próximos anos, o que nos deixa satisfeitos porque estamos bastante expostos a este segmento. Estamos num ponto ideal para capturar mais B2C".
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"A integração da Cacesa e DHL dá-nos a oportunidade de explorar e expandir para novos mercados. A DHL vai aumentar presença dos ctt nas trocas intra-Europa e também no long-haul, enquanto a Cacesa vai dar alguma pujança no cross-borders. Vamos conseguir cobrir mais território", vincou o CEO.
Esta presença é importante, uma vez que 19% do comércio eletrónico vem da Ásia para a Europa e 17% é dentro das fronteiras europeias. Apenas 2% do comércio é proveniente dos Estados Unidos, um número de João Bento considera ser "quase irrelevante". O foco está nas fronteiras europeias e com a Ásia.
E este comércio eletrónico está em destaque quando os maiores clientes são a Vinted, Shein, o grupo Inditex e a H&M, a Temu, About You, a Nespresso e a Porto Editora. Ainda que os chineses estejam a ganhar terreno no mercado ibérico, a quota de mercado dos clientes tier-1 - Amazon, Zalando, Inditex - deve cair para 50% em 2028, ainda que se mantenham como os principais fornecedores de encomendas.
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