CTT apostam nas entregas ibéricas para receitas chegarem aos 1,7 mil milhões em 2028
Os CTT querem a consolidação da Península Ibérica após a aquisição da Cacesa e da joint-venture com a DHL. Com melhores sinergias, objetivo é atingir a liderança ibérica neste triénio.
Os objetivos de 2025 foram atingidos antes do tempo e os CTT já estão a definir novos marcos para 2028, onde acreditam que vão conseguir atingir a liderança ibérica no setor do comércio eletrónico e da logística. Para isso, e de acordo com a apresentação do Capital Markets Day enviada à CMVM, os Correios estão confiantes nas parcerias que traçaram com a Cacesa e a DHL JV.
Além da liderança no mercado nacional, onde estimam crescer por duas vezes até 2028, os CTT assumem uma estratégia de "escalar para uma liderança ibérica em logística de e-commerce" através de uma evolução do modelo operacional, que vai agora "combinar uma oferta completa de 'last mile' com uma presença mais ampla na cadeia de valor".
No segmento do correio e dos serviços, a previsão é estabilizar o segmento e fortalecer o retalho. O grupo quer ainda apoistar na "redução de custos através de eficiências operacionais e capitalizar as capacidades comerciais e de redes atuais", seja para negócios ou clientes.
Admitindo que os objetivos financeiros ambiciosos foram atingidos com sucesso, a empresa volta a mostrar um novo ciclo. A companhia liderada por João Bento acredita que está no caminho para apresentar receitas operacionais entre 1,6 mil milhões e 1,7 mil milhões de euros, aportando um crescimento entre 7% e 9% face aos 1,2 mil milhões registados em 2024.
Ainda que não demonstre o peso do comércio eletrónico e o correios, os CTT apontam para uma mudança considerável. Isto tendo em conta que o Banco CTT deve manter um peso aproximado ao dos dias de hoje.
Já o EBIT deve saltar para entre 170 milhões a 195 milhões de euros, representando uma subida de 13% a 17%. O Banco CTT deverá manter um peso de 25% nestas contas.
E qual a razão para este aumento dos "targets"? Se os CTT incluem a Cacesa nos resultados pro-forma de 2024, uma vez que a aquisição foi anunciada no fim desse ano, a expectativa é um crescimento sustentado no peso real que a integração da DHL e da Cacesa vão agora trazer para a empresa.
Também os investimentos vão acelerar, com os CTT a admitir, no mesmo documento, "aumentar a capacidade por toda a Ibéria, capturando sinergias de custo e reforço da qualidade". A rede dos cacifos inteligentes da Locky vai expandir, com o retorno do investimento a chegar em até três anos, numa altura em que se procuram vantagens do "out of home".
O Capex deve dar um salto de 50%, passando de 34 milhões em 2024 para até 55 milhões de euros. A transformação deverá acontecer ao nível do Expresso e Encomendas, Serviços Financeiros e Retalho.
Em termos da remuneração acionista até 2028, os CTT querem pagar dividendos recorrentes entre 35% e 50% do resultado líquido, fazendo crescer a remuneração em linha com o que já tinha acontecido na apresentação do triénio anterior.
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