Meo entre as telco europeias que exigem "reforma ambiciosa" da regulação do setor a Bruxelas
A Meo foi a única operadora em território português a assinar a carta que seguiu para Bruxelas a pedir uma "reforma ambiciosa" no setor das telecomunicações, de forma a que a União Europeia consiga ganhar competitividade face a outros pólos do globo. A CEO da Meo, Ana Figueiredo, assinou a missiva da Connect Europe ao lado de outros líderes do setor.
A missiva, datada de 23 de julho, foi enviada pela associação que representa os principais operadores de comunicações na Europa à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e às vice-presidentes executivas Teresa Ribera e Henna Virkkunen.
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Numa mensagem partilhada no LinkedIn, Ana Figueiredo lembra que "a competitividade da Europa depende da sua capacidade e se reinventar" e que o setor das telecomunicações se tem mostrado "um pilar incontornável dessa transformção". Para a CEO da Meo, a mensagem para a Bruxelas deve ser que "a Europa precisa de uma reforma ambiciosa das telecomunicações, em linha com as recomendações de Mario Draghi e Enrico Letta".
Caso as recomendações inseridas nas cartas de Draghi e Letta não sejam seguidas, Ana Figueiredo adianta que "será difícil garantir uma Europa verdadeiramente digital, resiliente e competitiva".
Em linha com outros setores, os líderes das operadoras acreditam "que é necessário um forte desvio de política para uma abordagem pró-inovação e pró-investimento, para que a UE se torne competitiva e reivindique o seu lugar na corrida tecnológica global", acrescentam, apoiando uma "revisão fundamental das regras atuais das telecomunicações" e a aplicação plena das recomendações de Mario Draghi e Enrico Letta" para o setor, "mantendo o nível de ambição destas reformas".
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O ecossistema da conectividade representa 4,7% da economia europeia (PIB) e é "crucial" para vários setores. Como membros da Connect Europe, "representamos 70% do investimento do setor e comprometemo-nos com mais de 50 mil milhões de euros por ano na expansão de redes e inovação de serviços".
Contudo, "precisamos de fazer mais, investimentos adicionais são críticos, como também foi destacado na recente Declaração da Cimeira da NATO, que apelou a injetar 'até 1,5% do PIB anualmente para proteger as nossas infraestruturas críticas, defender as nossas redes, garantir a nossa preparação civil e resiliência, impulsionar a inovação e fortalecer a nossa base industrial de defesa'", elencam.
"Pedimos que se aja agora para moldar um futuro digital europeu competitivo, resiliente e inclusivo" para "alcançar a liderança da UE nas diferentes camadas da tecnologia". Tal "exige uma melhoria significativa no clima de investimento para infraestruturas críticas como redes gigabit, FTTH, 5G standalone, 'cloud' soberana e 'edge-cloud', e cabos submarinos", apontam.
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Exige também prioridade nas "estruturas de mercado que favoreçam o investimento, bem como mais apoio à inovação da UE em IA [inteligência artificial], encriptação quântica e 6G", argumentam.
Atendendo que a tecnologia avança rapidamente e à global pressão da concorrência, "devemos agir com o máximo sentido de urgência", instam.
O próximo Digital Networks Act, defendem, "deve trazer respostas concretas para enfrentar estes desafios, garantindo que o elevado nível de ambição expresso até agora nas cartas de missão e nos relatórios de alto nível não seja diluído".
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Por isso, "devemos superar as regras fragmentadas, onerosas e desatualizadas de hoje, para fortalecer a infraestrutura digital da Europa e alcançar um verdadeiro mercado único de telecomunicações", o que também se aplica "à revisão em curso do regime de fusões da UE, que deve visar uma política de concorrência modernizada" que apoie a competitividade europeia.
"Menos, e mais fortes operadores, competirão mais intensamente em termos de investimento e inovação", comparativamente com muitos operadores mais fracos, apontam.
"Temos uma oportunidade única de liderar o ecossistema global de conectividade e criar novas perspetivas de crescimento sustentável, mas devemos aproveitá-la agora", caso contrário, a "alternativa é a criação de novas dependências tecnológicas e o enfraquecimento da competitividade do continente", advertem, manifestando-se prontos para apoiar e garantir o sucesso na concretização dos objetivos políticos europeus.
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Entre os signatários estão Allison Kirkby (BT), Christel Heydemann (Orange) ou Marc Murtra (Telefónica).
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