Operadoras unidas contra o fim do roaming
A Comissão Europeia quer acabar com as tarifas de roaming em 2017. Uma medida que preocupa as operadoras de telecomunicações portuguesas devido aos impactos que pode ter nas suas contas, na rede e, consequentemente, nos consumidores.
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Durante uma conferência promovida pela Anacom, sobre Regulação no Novo Ecossistema Digital, Miguel Almeida, CEO da Nos, começou por criticar "esta ideia peregrina dos países do Norte em usar as infra-estruturas que os nossos accionistas pagaram".
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Tal como a própria Anacom já alertou, os países do Sul irão ser mais afectados devido à maior afluência de turistas face aos países europeus do Norte. Ou seja, as operadores da Europa do Sul irão ter que suportar mais custos.
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Uma ideia partilhada por todos os presidentes executivos das operadoras nacionais, que lamentam ainda o investimento que já fizeram para as soluções que têm vindo a ser sugeridas por Bruxelas.
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"Há dois anos investimos centenas em uma solução de roaming. Quando acabou o desenvolvimento a Comissão Europeia diz que afinal não é esse o caminho...", lamentou Mário Vaz, da Vodafone Portugal.
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Já Miguel Almeida, CEO da Nos, aponta um exemplo relacionado com os alemães, que não pagam portagens nas auto-estradas. Se quando vierem a Portugal podem usar as infra-estruturas das operadoras, "então sugiro que quando eles vierem para cá não paguem portagens".
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"Os alemães são atraídos pelo sol e pela nossa comida", continua o presidente da Nos. "Quando vêm para Portugal usam as nossas estruturas de forma "free riding". Podia ser recíproco, mas não há nenhum português que queira ir para as praias da Baviera comer sauerkraut", brincou.
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A recente proposta de Bruxelas consiste na aplicação de uma política responsável, apesar de ainda não ter detalhado mais pormenores sobre o tema, como quantos minutos os utilizadores podem usufruir sem pagar qualquer tarifa, recordaram os CEO.
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E, segundo o presidente executivo da dona do Meo, esta medida pode ainda ter outro impacto directo "com a própria rede com os picos do serviço que vamos ter", lembrou Paulo Neves.
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Mário Vaz lamenta ainda o facto de "andarmos há anos a discutir este tema. E devido ao "tempo que se perde com esta discussão, quando já havia uma solução para clientes, passamos ao lado de temas como os OTT (Over-the-top)", acrescenta.
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Os serviços OTT, como o WhatsApp, Viber ou o Skype, também tiveram no centro da discussão da conferência promovida pela Anacom, tendo os operadores criticado a "assimetria" que existe entre o sector das telecomunicações e estes serviços.
Tal como no roaming, neste campo o investimento feito ao longo dos anos pelas operadoras em infra-estruturas também é aproveitado pelos OTT, sublinhou Mário Vaz.
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E Miguel Almeida considera que "há uma assimetria total e inaceitável", relembrando que estes serviços "não estão sujeitos à regulação que temos nem aos impostos".
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