Telefonica e Deutsche Telekom consideram "inaceitável" aquisição da Liberty Global pela Vodafone

A Telefonica e a Deutsche Telekom estão contra a aquisição da Liberty Global pelo grupo Vodafone, afirmando que se vai criar um monopólio em alguns segmentos no mercado alemão.
reuters, bloomberg
Raquel Murgeira 10 de Maio de 2018 às 12:21

A Telefonica Deutschland e a Deutsche Telekom já se mostraram contra a aquisição das unidades alemãs e do leste europeu da norte-americana Liberty Global pelo grupo Vodafone. O negócio foi selado por 18,4 mil milhões de euros e representa o culminar de anos de negociações, segundo o El País.

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Esta é uma aposta da Vodafone para reforçar o negócio na Europa. A empresa liderada por Vittorio Colao vai passar a deter a Unitymedia, a segunda maior empresa de telecomunicações da Alemanha, assim como a marca UPC que está instalada na República Checa, Hungria e Roménia.

A expansão da Vodafone fará frente aos serviços de internet, mobile e TV da Deutsche Telekom, a empresa de telecomunicações que actualmente lidera o mercado alemão e da Telefonica Deutschland, também a actuar na Alemanha.  

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A Telefónica Deutschland já reagiu a este anúncio. A empresa considera que esta operação vai causar uma concentração excessiva no mercado. "É claro que a operação vai criar um monopólio na distribuição de conteúdo por cabo e um duopólio nas infra-estruturas telefónicas fixas na Alemanha", afirmou Markus Haas, CEO da Telefónica, citado no El País.

"Se esta operação for de alguma forma aceitável, só o será se houver condições" que restrinjam o negócio, acrescentou o CEO da Telefónica.

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Já o presidente executivo da Deutsche Telekom, Tim Hoettges, citado no El País, acredita que esta aquisição é "inaceitável" e causará uma "distorção da concorrência no mercado alemão".

Por sua vez, o CEO da Vodafone, Vittorio Colao, citado no El País, já respondeu a Tim Hoettges, dizendo que a empresa de telecomunicações quer sempre "proteger-se e aumentar o seu domínio". Segundo o presidente executivo da empresa britânica, a Deutsche Telekom está presente em 70% das famílias alemãs, uma situação que "não é favorável ao consumidor, mas sim à Deutsche Telekom", acrescenta.

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A Vodafone pretende fechar a operação até 2019. A compra tem de receber a aprovação da Comissão Europeia antes de seguir em frente.

A Liberty Global tem tido dificuldades em expandir o negócio dos serviços móveis na Alemanha. Com esta venda, a empresa focará os seus esforços totalmente no mercado britânico e irlandês. Já no ano passado a Liberty Global tinha vendido o seu negócio na Áustria à Deutsche Telekom.

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