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Banco "amigo" reduz posição na Oi

O banco tem sido um dos fiéis assessores financeiros da Oi. Agora reduz posição de forma significativa.

André Esteves btg pactual
André Esteves btg pactual Reuters
03 de Março de 2016 às 15:08

O BTG Pactual reduziu a sua posição na Oi. Passou a deter menos de 5%. O que acontece depois da detenção de André Esteves (na foto) e dos problemas que um dos principais controladores da Oi, a Andrade Gutierrez, tem tido com a justiça brasileira.

O BTG Pactual foi o principal banco assessor financeiro da Oi no aumento de capital de 2014, ainda concretizado por Zeinal Bava, e que incluiu a integração dos activos da PT na operadora brasileira. O BTG Pactual foi também quem intermediou a negociação para a venda da PT Portugal à Altice, tendo, mesmo, um dos seus responsáveis, Marco Gonçalves, vindo à assembleia-geral da PT, em Janeiro deste ano, defender essa venda por parte da Oi. Além de assessorar o aumento de capital, foi um dos principais investidores nesse processo. O BTG Pactual foi ainda o banco escolhido pela Oi - que manteve o banco no processo mesmo depois da prisão de André Esteves - para liderar as negociações para uma eventual consolidação de operadoras no Brasil que, recentemente, sofreu um revés com a TIM (Telecom Italia Mobile) a afastar-se do processo.

De acordo com o comunicado, o BTG Pactual reduziu a sua participação na Oi de 7,54% para nível inferior a 5%,  o que aconteceu "em virtude de resgate parcial, com consequente transferência de activos ao antigo cotista, sofrido pelo Fundo de Investimento em Acções Caravelas". De acordo com a imprensa brasileira, o BTG Pactual tem, desde que em Novembro o então presidente, André Esteves, foi detido, sofrido resgate de fundos por parte dos seus investidores, o que já levou o banco a alienar 10 mil milhões de reais de activos para garantir a liquidez.

No comunicado em que informa a participação na Oi, o BTG Pactual salienta que essa redução "não objectiva alterar a composição do controlo ou a estrutura administrativa da companhia".

Na relação entre BTG e Oi muita coisa mudou. A Oi viu os seus principais accionistas brasileiros envolvidos em casos de corrupção. O próprio presidente da BTG, André Esteves, foi detido no âmbito do caso Lava Jato, que levou também à detenção de Otávio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez e um dos que negociou a fusão da Oi com a PT, tendo mesmo chegado a ser administrador da empresa portuguesa. A construtora já terá admitido em Tribunal que pagou despesas com os fornecedores da campanha eleitoral da actual Presidente do Brasil, Dilma Rousseff , segundo noticiou o jornal a Folha de São Paulo, citado pela Reuters

A Pharol, ex-PT SGPS, é a maior accionista individual da Oi, com 27,5% do capital da operadora brasileira.

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