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Venda de negócios na América Latina afunda prejuízo da Telefónica

As vendas na Argentina, Peru, Uruguai e Equador pressionaram as contas do primeiro semestre. Sem estes impactos diretos, Telefónica teria apresentado um lucro de 558 milhões de euros.

Sem o impacto das vendas na América Latina, a Telefónia teria apresentado lucros de 558 milhões de euros.
Sem o impacto das vendas na América Latina, a Telefónia teria apresentado lucros de 558 milhões de euros.
30 de Julho de 2025 às 11:41

A "era Murtra" não estará a correr como o previsto para a Telefónica. A operadora espanhola apresentou um prejuízo de 1.355 milhões de euros no primeiro semestre, prejudicada pela venda dos negócios na América Latina e pela taxa de câmbio da moeda brasileira.

Sem estes impactos, o grupo teria apresentado lucros de 558 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano. Ainda assim, um recuo de 46,3% face aos ganhos de 950 milhões de euros em igual período do ano passado.

Os desinvestimentos na Argentina e no Peru durante o primeiro trimestre e no Equador e Uruguai nos três meses seguintes afundaram os lucros do grupo de telecomunicações. No total, a saída destes quatro mercados penalizou a empresa em 1.913 milhões de euros, sendo que a Argentina e Peru foram as que mais pesaram nas contas (-1.304 milhões).

A Telefónica viu a receita cair para 18.013 milhões de euros no primeiro semestre, valor que compara com os 20.395 milhões em igual período de 2024. Também o lucro operacional bruto (EBITDA) caiu 4,6% no semestre, para 5.895 milhões, uma queda devido ao desempenho das moedas sul-americanas.

Contudo, o grupo de telecomunicações mantém-se positivo para a segunda metade do ano. A Telefónica confirmou os objetivos financeiros que tinham sido definidos no fim do ano passado e adiantou que será pago um dividendo de 0,30 euros em duas parcelas.

A empresa conseguiu reduzir a dívida financeira em 5,5%, face ao período homólogo, para 27.609 milhões de euros. 

"Estamos a progredir e a executar a nossa estratégia, com foco na excelência do cliente, operações e tecnológica. Tudo sob uma disciplina rigorosa financeira e uma racionalidade industrial, com o objetivo de criar valor para os nossos 'stakeholders'", escreve Murtra no relatório do semestre.

O CEO adianta ainda que o desempenho do segundo trimestre, onde apresentou um prejuízo de 51 milhões de euros - sem impacto do Equador e Uruguai teria sido lucro de 155 milhões -, "esteve em linha com as expectativas da empresa". 

"Continuamos a apresentar um desempenho estável, demonstrando resiliência e consistência, apesar de uma dinâmica regional mista num contexto económico incerto", lê-se na missiva. Marc Murtra diz ainda que a Telefónica está à espera de assistir a "um bom momento na Europa e Brasil".

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