AMT quer associar variável ambiental e pobreza de mobilidade ao fim das portagens

Ana Paula Vitorino diz que as isenções de portagens não podem ser feitas independentemente dos veículos utilizados ou da região do país.
Ana Paula Vitorino é presidente do regulador dos transportes.
Miguel Baltazar
Maria João Babo 16:02

A presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) afirmou esta terça-feira no Parlamento que a abolição de portagens “não pode ser alvo de aplicação direta, em que todos têm isenções independentemente de tudo”, como é o caso de os utilizadores “serem locais ou não” ou os “veículos utilizados serem a combustíveis fosseis ou elétricos”.

Ana Paula Vitorino recordou que há cerca de um ano, na sequência de uma questão semelhante, respondeu não concordar com a abolição de portagens, que teve lugar em janeiro deste ano num conjunto de autoestradas do Interior e Algarve e que no próximo ano será estendida a mais vias.

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“Já não existe o conceito de utilizador-pagador, existe o conceito de utilizador-poluidor-pagador”, disse.

Temos de associar a variável ambiental à introdução ou retirada das portagens. E tem também de se cruzar com a pobreza da mobilidade”, defendeu, acrescentando que “o país não está todo em pobreza de mobilidade”. Como frisou, “temos a faixa litoral que não tem pobreza de mobilidade e temos a faixa interior que tem”, defendendo que “tem de ser diferenciada a política de abolição de portagens”.

Ana Paula Vitorino assumiu ainda a disponibilidade da AMT para fazer um estudo aos impactos da redução das portagens e recomendações sobre onde e como deve ser aplicada, defendendo que esta "não é uma questão só de portagens, mas de onde e como".

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"A posição da AMT é que em determinadas zonas do país tem que haver políticas de discriminação positiva, como no Alentejo ou Beira Interior. Deve haver discriminação positiva relativamente a todas as componentes do sistema de transportes", defendeu. "Achamos mal que não sejam utilizadas todas as ferramentas para essa discriminação positiva", afirmou.

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