O Governo vai dar a conhecer os termos para a privatização da TAP nas "próximas semanas". Em entrevista à SIC, em Bruxelas, o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, afirmou que existem "muitos interessados" na compra da companhia aérea e que ainda não está definida a percentagem que o Estado vai vender. "Estamos a ponderar várias hipóteses", revelou.

Miranda Sarmento não revela qual considera ser a melhor opção, se vender mais ou menos de 49% da TAP. "Qualquer coisa que eu possa dizer publicamente sobre a venda da TAP antes das condições de venda serem oficiais só prejudica o negócio e os interesses dos contribuintes", afirmou ainda. 

O Executivo de Luís Montenegro já tem tudo preparado para avançar com a reprivatização da companhia aérea. De acordo com o Programa do Governo, aprovado esta semana no Parlamento, o Executivo dá a indicação de que pretende avançar com o lançamento e a conclusão da primeira fase do processo de venda da TAP, evidenciando que não será uma privatização de 100% do capital. De recordar que entre os grupos que já formalizaram junto do Executivo o interesse à companhia estão a Lufthansa, Air France/KLM e a IAG, dona da Iberia e British Airways.

Com o PS e o Chega a oporem-se à venda total da companhia, o Governo de Luís Montenegro vê-se obrigado a fugir à venda total do capital da TAP. O partido de André Ventura sustenta que deve ser preservada uma “posição acionista nas empresas estratégicas” do setor, onde está integrada a TAP Engineering, devendo a participação assegurar ainda a “presença no Conselho de Administração da TAP”. Na anterior legislatura, também o PS defendia a venda de 49% da transportadora aérea. 

No Programa do Governo, à semelhança do que já tinha feito no ano passado, o Executivo voltou a caracterizar o processo de nacionalização da TAP de “atribulado", que deixou a companhia “numa encruzilhada quanto ao futuro”.

(Notícia atualizada às 11:26)