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Lisboa já perdeu 10 mil contentores para Leixões – TSF

A contabilidade é feita pelo presidente da comunidade portuária, que não consegue estimar se o desvio de tráfego motivado pela greve de estivadores traz lucro ou prejuízo ao porto nortenho. Vieira dos Santos espera que Lisboa resolva o seu problema rapidamente.

Leixões com corte de 100 milhões para novo terminal de contentores
Leixões com corte de 100 milhões para novo terminal de contentores
25 de Maio de 2016 às 19:58

O presidente da Comunidade Portuária de Leixões diz que a greve dos estivadores em Lisboa – que dura desde 20 de Abril - já levou ao desvio para aquele porto de 10 mil contentores que teriam originalmente destino à infra-estrutura da capital.

Em declarações à TSF, Jaime Vieira dos Santos nota que o porto de Leixões está actualmente "com índices de execução equivalentes a 2014", considerado "o melhor ano do porto". Contudo, ainda não é claro se as contas têm saldo positivo para o equipamento nortenho: se tem recebido mais carga, também é verdade que o desvio de tráfego tem "muitos custos adicionais".

O presidente, que garante que os trabalhadores estão a conseguir lidar com o excesso de trabalho "sem pressões, com os descansos que a lei impõe e com o ambiente de trabalhado adequado", diz mesmo que não queria "os 10 mil contentores" e deseja que "o Porto de Lisboa resolva o seu problema rapidamente".

"Infelizmente [o porto de Lisboa] está a passar um mau momento mas há-de encontrar seguramente soluções", afirma.

O diferendo que opõe os operadores do porto de Lisboa e os estivadores arrasta-se, segundo o Governo, há quatro anos e conheceu no último mês novos episódios de tensão, com os trabalhadores em greve desde 20 de Abril a reivindicarem o fim de uma empresa paralela – a Porlis -, a resolução de problemas na grelha salarial e a exigência de continuar a fazer o planeamento dos navios.

Desde esta terça-feira que os operadores, com presença policial, começaram a retirar centenas de contentores do porto de Lisboa a transportá-los para portos como Sines, Aveiro ou Leixões. Alguns dos contentores têm produtos que, não sendo bens alimentares deterioráveis, têm um prazo de validade curto. Durante o dia de ontem foram retirados 69 contentores.

Entretanto esta quarta-feira os trabalhadores em plenário decidiram manter a greve e o seu sindicato defendeu a nacionalização do sector, para que não sejam "o Estado de Singapura ou as empresas da Turquia a tirarem dividendos anualmente".

A associação de operadores avançou no início da semana para um despedimento colectivo devido à redução da actividade que alegam ter origem na paralisação dos trabalhadores. Estes consideraram o anúncio como "terrorismo psicológico"

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