Bruxelas quer começar a implementar grande reforma nos mercados em 2027

Maria Luís Albuquerque apela a que o pacote de medidas apresentado na semana passada seja discutido e aprovado "o mais rapidamente possível" e acusa alguns Estados-membros de "preconceito" e desconhecimento do que está a ser proposto.
Maria Luís Albuquerque quer UE a implementar a reforma nos mercados já em 2027.
Olivier Hoslet / Lusa_EPA
Ricardo Jesus Silva 09 de Dezembro de 2025 às 12:34

A União Europeia (UE) prevê começar a implementar o ambicioso pacote de medidas para criar um Mercado Único em 2027. Em entrevista à Bloomberg, Maria Luís Albuquerque, a comissário europeia com a pasta da estabilidade financeira, serviços financeiros e mercado de capitais, afirma que o processo para que este pacote seja discutido e aprovado deve avançar o "mais rapidamente possível", com a perspetiva de "começar idealmente a implementação em 2027".

Na semana passada, , nomeadamente na negociação, pós-negociação e gestão de ativos. O pacote reforça os poderes da Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) e alivia as regras sobre a tecnologia que serve de base aos criptoativos, a blockchain. 

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No entanto, o pacote ainda tem de ter a "luz verde" do Parlamento Europeu, bem como dos Estados-membros, com vários países a mostrarem resistência aos planos da Comissão. Em resposta, Maria Luís Albuquerque acusa os resistentes de terem "muito preconceito contra o que podemos estar a propor", afirmando ainda que alguns dos comentários estão a ser feitos "sem realmente serem analisados os detalhes da proposta". 

"Alterações marginais não vão produzir os resultados de que precisamos", enfatizou a comissária europeia na mesma entrevista, referindo-se às reformas para a criação de um Mercado Único. "Não é algo que possamos corrigir com pequenos ajustes, é necessária uma reformulação fundamental de todo esse espaço - e é isso que estamos a propor", acrescenta ainda. 

O objetivo da reforma é simplificar o quadro regulamentar e de supervisão financeira da UE no . Entre as várias propostas, Bruxelas quer aumentar as oportunidades de passaporte para os mercados regulamentados e os depositários centrais de valores mobiliários, introduzindo ainda o estatuto de “operador de mercado pan-europeu” para os operadores de plataformas de negociação e assentando a inovação na tecnologia de registo distribuído (DLT, na sigla em inglês).

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Já do lado da regulamentação bancária, Maria Luís Albuquerque afirma que "nada está de fora da mesa" na revisão das regras que as instituições financeiras têm de seguir, numa altura em que a UE se tem comprometido a realizar uma revisão abrangente da mesma até ao final do ano. No entanto, a comissária europeia diz que a questão dos limites máximos a bónus - que, por exemplo, o Reino Unido decidiu abolir em 2023 -

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