Mercedes vende participação na Nissan. Fabricante japonesa afunda mais de 6%
A Mercedes-Benz vendeu toda a participação na Nissan. A empresa alemã detinha um total de 3,8% do capital, o suficiente para ter sido, até esta segunda-feira, a segunda maior acionista da fabricante japonesa de veículos, cujas ações em bolsa caíram esta terça-feira mais de 6% para 340 ienes em reação dos investidores à notícia.
A fabricante alemã anunciou que o seu fundo de pensão iria vender as ações por um total de 280 milhões de euros (47,38 mil milhões de ienes). Justifica que este capital "não tinha mais importância estratégica" para o portfólio da empresa, que está a ser "reorganizado", segundo a agência de notícias Reuters.
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A venda surge numa altura em que o novo CEO da Nissan, Ivan Espinosa, que assumiu o cargo em abril, luta para executar um plano de recuperação e reestruturação da companhia: despedir 20 mil trabalhadores, reduzir a capacidade global de produção de 3,5 milhões para 2,5 milhões de veículos, diminuir de 17 para 10 o número de fábricas e vender propriedades até ao ano fiscal de 2027, cortando custos de quase três mil milhões de euros.
A Mercedes-Benz não deverá ser a única a reduzir o capital na fabricante japonesa. No início do ano, a Nissan chegou a acordo com o principal acionista, a Renault, para diminuir de forma mútua a participação mínima, de 15% para 10%, que as empresas têm de ter uma na outra. Atualmente, a Renault detém 35,7% do capital da Nissan, 17,05% de forma direta e o restante através de um fundo.
O desinvestimento da Mercedes-Benz na Nissan espelha ainda o ceticismo dos investidores quanto às apostas de recuperação da marca japonesa, que luta contra as tarifas impostas pelos Estados Unidos e a queda nas vendas nos principais mercados - os EUA e a China -, e que se refletem nos resultados trimestrais do grupo: no segundo trimestre deste ano, a Nissan registou um prejuízo de perto de 460 milhões de euros. A empresa retirou ainda o "guidance" que havia dado para o acumulado de 2025.
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Em bolsa, o preço das ações da Nissan chegou a acelerar depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter prometido, em julho, reduzir as tarifas sobre importações de automóveis do Japão de 27,5% para 15%. No entanto, a capitalização de mercado da empresa ainda está abaixo de dez mil milhões de dólares e o preço das ações já mergulhou 28% desde o início do ano.
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