Subida do rating dá "mais espaço orçamental" e corta custos para famílias e empresas
A recente revisão em alta da classificação da dívida portuguesa pela Standard & Poor’s, que elevou o rating para A+, é “uma ótima notícia para o país”, sublinha João Duarte, economista da Nova SBE, entrevistado no programa do Negócios no canal NOW.
“Aumentar este rating significa que há uma menor perceção de risco do ponto de vista dos mercados financeiros, o que significa menores spreads, menores custos e menores juros sobre as novas emissões de dívida”, explicou. Esse alívio, acrescenta, traduz-se num “maior espaço orçamental do Governo, não só para acelerar a redução da dívida pública sobre o PIB, mas também para reforçar o investimento público ou até reduzir impostos”.
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O economista lembra ainda que o impacto vai além das contas do Estado. “Portugal, ao melhorar este rating, significa também que as empresas e os bancos portugueses têm, neste momento, um rating melhor e, com isto, melhor acesso aos mercados financeiros e menor custo da dívida, o que facilita e diminui os custos de financiamento das empresas e das famílias”.
João Duarte destaca que a subida, considerada inesperada pelos economistas, foi também um sinal de confiança nas políticas anunciadas pelo Executivo. A agência europeia Scope apontou, por exemplo, a descida do IRS e do IRC como medidas com efeito positivo no médio prazo, pela sua capacidade de aumentar a competitividade e atrair investimento externo.
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Para o futuro próximo, o economista acredita que as restantes agências seguirão o mesmo caminho. “No geral, estas agências têm acesso a uma base de informação semelhante e, portanto, acredito que ou manterão ou poderão mesmo subir a nota de rating dada a Portugal”, referiu sobre a avaliação da Fitch, marcada para 12 de setembro.
A melhoria do rating surge num contexto em que as principais agências já antecipam que a dívida pública portuguesa desça abaixo dos 90% do PIB já no próximo ano, uma meta que ultrapassa as próprias projeções do Governo.
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