Trichet diz que BCE não está a preparar alterações nos juros
Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu, disse hoje que não está a preparar os mercados para uma descida, nem um aumento das taxas de juro, reduzindo assim as especulações de que a autoridade monetária estava a equacionar uma redução no preço do dinheiro.
Num artigo hoje publicado no jornal francês «Le Monde», Trichet afirma que «não estou a preparar os mercados para uma baixa das taxas de juro. Nem os estou a preparar para um aumento».
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Há dois anos que o BCE mantém as taxas de juro em 2%, resistindo às pressões de vários políticos e instituições – FMI e OCDE – para baixar o preço do dinheiro de modo a impulsionar o ainda fraco crescimento económico da Zona Euro.
Para o BCE, o nível actual dos juros «é apropriado eextremamente» favorável ao crescimento e Trichet refere que o BCE vai permanecer «vigilante, realista e pragmático».
As especulações acerca de uma possível descida das taxas de juro na Zona Euro aumentaram depois das declarações proferidas por Otmar Issing. Quando questionado sobre se as expectativas dos investidores quanto a uma descida nas taxas de juro era justificável, o economista-chefe do BCE disse que «no passado, os mercados financeiros quase sempre acertaram com antecipação nas decisões de política monetário do BCE».
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O mercado interpretou estas palavras de Issing como um alerta aos mercados de que a autoridade monetária poderia vir a baixar os juros, já no nível mais baixo de 60 anos. Para impulsionar o crescimento económico dos Estados Unidos, a Fed reduziu os juros para 1%, mas depois disso já efectuou oito aumentos consecutivos, colocando o preço do dinheiro nos actuais 3%.
Esta especulação ajudou o euro a atingir um mínimo de nove meses já perto dos 1,20 dólares.
Apesar de o discurso dos responsáveis do BCE não parecer estar muito alinhado, Axel Weber, membro do Conselho de Governadores da autoridade monetária, também sugeriu que hoje não deverão ocorrer mexidas nos juros.
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O BCE está com «uma atitude de esperar para ver», devido aos sinais mistos na economia, disse Weber.
No seu artigo de opinião hoje publicado no «Le Monde» e republicado em inglês no site do BCE, Trichet rebate as argumentações dos que defendem um nível de juros mais baixo para promover o crescimento, ou aqueles que apelam a juros mais altos para travar pressões inflacionistas.
Todas as previsões apontam para a inflação da Zona Euro permanecer perto dos 2% - a meta do BCE – pelo que Trichet afirma que isto prova que «temos feito o necessário para assegurar a estabilidade e credibilidade, nem mais ? nem menos. O Conselho de Governadores do BCE [que tem como principal mandato a estabilidade dos preços] considera que as nossas taxas de juro são apropriadas».
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